EXPERIMENTA!
A amiga vivia falando “Experimenta!”. Ela não tinha coragem. Achava que não ia gostar. Era medrosa. Faltava coragem para arriscar em coisas novas. De novo a amiga “Deixa de ser boba, vai!”. Pois, ela adorava, usava sempre. Nunca teve do que reclamar. Até conhecia uns chatos que não gostavam. Censuravam. Diziam que fazia mal pra eles. Bobagem, pura bobagem! A ela nunca tinha feito mal algum...
Enfim, resolveu. Ia experimentar. Fazer uma prova. Não custava, né? Se não gostasse nunca mais usaria. Mas ia correr o risco. A amiga dizia que era tão bom, tão gostoso! Telefonou e pediu. A amiga toda contente “Um mensageiro tá levando”. Ensinou a maneira correta de preparar. Exige certa ciência, viu?... Um vacilo no preparo, e tudo vai por beleléu! Entendia? Entendia!
Ela fez tudo direitinho. Experimentou. Arrependeu-se na hora! Sim, arrependeu-se de ter demorado tanto tempo pra experimentar. Era bommm! Era gostosooo! A amiga tinha toda razão. Delícia mesmo! Ô, como é que alguém podia passar sem aquilo? À tarde experimentou de novo! Puxa, que bobagem ter resistido por tanto tempo!
Depois da primeira vez, não parou mais. A amiga sempre tinha. Mandava levar uma porção diária pra ela. Puro prazer dividirem aquela maravilha. Ela usava, usava, não enjoava. Chegou a uma conclusão: estava viciada. Agora queria ter em casa. Pra toda hora que lhe desse vontade. Tomou uma decisão. Radicalizou: plantou logo, no quintal, de uma só vez, trinta e cinco pés de couve...
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Folhas de couves eu comia
Na horta da minha mãezinha
Mas,ela bem que desconfia
E avisa pra uma vizinha
Que da janela me avistou
Pra minha mãe me entregou
Só pra ganhar cebolinha
(Pedrinho Goltara)
(KKKKKKKK... Tinha que ser assim, né, Goltara?)