PERDI A INSPIRAÇÃO

Apesar das pessoas terem duas pernas, dois braços, dois olhos, duas orelhas, duas mãos, dois pés, dois joelhos elas são diferentes uma das outras. Vem cá? Por que só temos um nariz e um umbigo? Se bem que o nariz tem dois buracos. Bom, isso não tem importância agora.

Na verdade eu quero mesmo é compreender o comportamento das pessoas. Tem gente que fala alto, outras a gente mal escuta a voz. Tem gente calma, tranqüila e gente agitada, inquieta. Tem gente do bem e gente do mal. Tem gente que compartilha sua vida com todo mundo, tem gente reservada. Tem gente que engole um boi e tem gente que se engasga com mosquito.

Hoje eu me engasguei com mosquito. Entrei no casulo. Perdi a inspiração. A leveza do escrever. As letras dantes notas musicais soltas caindo no papel torna-se pesadas com chuva de granizo. Eu sou assim. Não compartilho com ninguém meus aborrecimentos. Fico comigo mesmo digerido o ocorrido. A demora no casulo é proporcional ao tamanho do aborrecimento.

Qual o tamanho de meu aborrecimento? Assim, assim “pitutinho” Bem pequeninho. Epa! Peraí, eu acho que estou mudando minha forma de ser. Não é que estou compartilhando com meus amigos recantistas este pequeno problemito?!

Sei que tem gente curiosa querendo saber porque perdi meu bom humor. Pois bem, vou relatar. Apesar da minha advertência, tem gente que não compreende que certas coisas são individuais. Como por exemplo, computador. Cada qual tem que ter seu note book, como cada qual tem que ter sua escova de dente. Marido e mulher a gente não empresta, não vende e nem troca. Livro e CD também não. E carro? Este mesmo é que é individual. Regular espelho e banco é sacal. Sim, vamos aos fatos: Perdi a inspiração porque desconfiguraram meu computador. Engasgada com o mosquito, só me restou engoli. Agora, nesse momento, saindo do casulo.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 28/07/2010
Reeditado em 24/04/2020
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