VIVENCIANDO...

Passamos por tantas coisas nessa vida que vão se acumulando, construindo nossa história com traços de alegria e resquícios de tristeza. Tudo o que vivemos e as situações pelas quais passamos, influenciam nossa personalidade, nosso modo de pensar, nossas atitudes. São estes traços e resquícios que dizem e mostram quem realmente somos.

Qual ser humano não sonha em ter uma vida repleta de felicidade, alcançando seus objetivos, tendo sucesso pessoal e profissional, sem passar necessidades, seja ela qual for? Porém, não nos damos conta de que a felicidade é construída nas relações cotidianas e as derrotas deveriam ser encaradas como degraus importantes que nos fortalecem, impulsionam, nos permitem recomeçar.

Será que essa é a receita da felicidade? Para aqueles que conseguem fazer da frustração, da derrota, do fracasso um alicerce para continuar a caminhada, talvez seja, pois o sabor da conquista será realçado pela superação das adversidades. Já para aqueles que se desesperam e não são perseverantes, pode ser quase que uma sentença de morte. Morte da esperança!

Não é fácil entender as frustrações como possibilidade de recomeço. É um processo moroso, árduo, em que derramamos muitas lágrimas, sentimos vontade de desistir, de abandonar os sonhos e nos entregar ao que a vida nos destinar. Ser sujeitos do acaso e daquilo que os outros determinarem que sejamos. Quantos de nós não nos sentimos assim, pelo menos uma vez na vida?

Muitas dessas frustrações vêm acarretadas de críticas e, geralmente, das pessoas que queríamos que nos dessem apoio no momento difícil. Muitos de nós não temos ideia do poder das palavras em nossas vidas e, além delas, da forma com estas são proferidas. Sim, as palavras possuem uma força descomunal, que podem influenciar para a construção ou para a destruição completa da autoestima. Existem pessoas que não desistiram de viver por ter ouvido uma palavra de consolo, de conforto, algo motivador. Palavras que devolveram a alegria, a vontade de tentar mais uma vez, a esperança. Do mesmo modo, houve pessoas que ao ouvir certas palavras e a forma como foram expressadas, entenderam que era o momento de finalizar sua história, mesmo que essa não tenha sido a intenção de seu interlocutor.

Precisamos ter em mente que, as palavras que dizemos e forma como o fazemos, têm um poder imenso, principalmente quando o outro está com algum problema, está carente, triste, ou infeliz mesmo. Muitas vezes nos magoamos ou magoamos alguém pela forma como nos dirigimos àquela pessoa, naquele instante. Geralmente, em momentos de tensão é que os desastres acontecem, pois não medimos as palavras e nem o efeito que elas podem desencadear em quem está ouvindo e, quando nos damos conta, pode ser tarde e tentar consertar pode ser muito difícil.

Esta é uma contradição que devemos entender e tentar fazer com que nos tornemos estimuladores da esperança, cultivadores de sonhos e incentivadores da persistência. Shakespeare, na sua vivência, já dizia que devemos deixar as pessoas que amamos com palavras e gestos amorosos, pois pode ser a última vez que as vejamos. Sábias palavras, uma vez que controlamos nossa vida até certo ponto, afinal, não temos ideia de quanto tempo teremos para viver...

Apesar de todas as decepções que possamos ter no decorrer de nossa existência, é preciso que não desistamos e não deixemos de sonhar, de ter objetivos. As frustrações causam dores e provocam feridas na alma, mas cabe a cada um de nós, no seu tempo, lutar, erguer a cabeça e seguir em frente, pois a vida continua e, citando Shakespeare novamente, ter em mente que o mundo não pára para que consertemos um coração partido... A vida é curta para cometermos todos os erros, por isso vale a pena viver e aprender com as experiências alheias. Viva a vida, mesmo que os acontecimentos deem vontade de desistir.

Ketter
Enviado por Ketter em 27/07/2010
Código do texto: T2403013