Se beber, melhor não dirigir

Tem coisas que contando ninguém acredita. Na verdade sou conhecida por ter sempre uma história pra contar. Esta aconteceu comigo e faz poucos dias. Imagine que eu e Antonio Augusto, meu marido, fomos a uma “reuniãozinha” na casa de uns amigos em Belo Horizonte. A casa é nova, por isso a reunião. E por sinal não achei lá essas coisas, tudo muito amplo e arejado, pouco aconchegante, mas isso não vem ao caso. Seríamos quatro casais. A June e o Mário brigaram e não foram, Lívia e Rafa viajaram e só ficamos nós quatro. Os aperitivos estavam gostosinhos, mas o vinho chileno era simplesmente divino. Não gosto muito de bebidas alcoólicas. Em ocasiões especiais bebo um pouco e logo paro. Álvaro, o dono da casa, trouxe um violão que acabara de comprar sob o argumento de que “ Agora eu aprendo!” disse ele. “Aprende porra nenhuma...” eu falei. O vinho já tinha subido a cabeça, Antonio fez cara feia. Não liguei. Robson, esse sempre chega tarde, pegou o violão, afinou e começamos a cantar. A música, a cantoria e a conversa entraram madrugada adentro. O chileno me acompanhou por toda noite. Estava na hora de ir embora.

Moramos em uma cidade vizinha a Belo Horizonte, uns 30 km. Álvaro insistiu para ficarmos, mas Antonio precisava levantar cedo por que tinha um jogo no dia seguinte as sete e meia. Fomos embora:

- Antonio, to me sentindo mal.

- Pronto já começou.

- É verdade to mal mesmo.

- O que você esperava? Encheu a cara!

- Para o carro Antonio, vou por tudo pra fora.

- Para o quê?

- O carro caramba...

- Agora danousse, é você que tá dirigindo!