TRISTEZA TEM FIM

Tristeza é a silenciosa enfermidade invadindo os meandros da alma e corroendo do coração o entusiasmo que se tem pela vida. Quem se entristece, mormente se levado por alguma forte e tendenciosa razão concreta ou abstrata do seu cotidiano, tende a esconder-se do convívio humano para imiscuir-se pelos subterrâneos pantanosos dos recônditos mais sombrios do próprio ser. Caso esse inimigo sutil e enganador não seja subjugado a tempo, os sintomas se agravam ainda mais se o infeliz contaminado por esse vírus medonho se deixa conduzir, sem qualquer reação, às ânsias dessa sinuosa estrada depressiva aprofundando o abismo que o separa do bem estar óbvio e natural que precisa ser corriqueiro para todos os seres humanos.

O mal de deixar-se envolver pelas dilacerantes teias da tristeza recrudesce se a abraçamos incondicionalmente, se a ela nos entregamos de corpo inteiro, se a recebemos com o coração aberto e a alma vazia de objetivos e sonhos. Só fica triste por muito tempo, inerte e absorvido pelos desígnios maléficos da situação que motivou a tristeza, quem não consegue vencer a letargia proveniente desse estado angustiante e se prostra vencido, desprovido de qualquer ação ou tentativa de fugir o mais rápido possível de seus tentáculos. Pois à medida que o ânimo do indivíduo, enfraquecido pela tristeza, desce a níveis alarmantes desenvolvendo apatia geral num grau de absurda melancolia, a tendência, em não havendo o antídoto adequado no momento oportuno, é enveredar por âmbitos mais sombrios. De densas proporções vai se delineando o fim do túnel, a perpetuar-se esse cancro psicológico nefasto.

Sendo Deus o próprio amor e origem da alegria e da felicidade fica deveras patente que o manancial da tristeza flui de outra vertente, brota das sombras malignas ocultas dos olhos humanos mas por demais visível ao coração, por isso a batalha parece mais difícil em virtude do local onde se desenrola, a mente, sendo somente ela a testemunhar esse mal ao seu derredor como se fossem leões míticos rugindo ameaçadores, prestes a devorar a presa se ela estiver em posição indefesa. Seu ataque em muitas ocasiões é devastador, passando o algoz a dominar a pobre vítima e fazendo dela um poço de angústia. Daí a importância de voltar-se para a glória de Deus contemplando Sua face com esses mesmos olhos espirituais atacados pela ousadia demoníaca dos anjos caídos. Vale, então, uma doce e silenciosa conversa com o Todo Poderoso através da oração aproveitando a ocasião para revelar a Ele as amarguras que o atormentam, o decair das pálpebras que o deixam bem para baixo, o negrume de amontoados pensamentos negativos a desviá-lo de um sadio viver feliz. Você não pode com a tristeza? Deus pode, conte a Ele, desnude-se dos conceitos infelizes diante de Sua bendita presença. Esse passo decisivo abrandará e porá fim ao tormento que inferniza sua vida. Porém, tudo a Seu tempo e a depender de Sua divina vontade. Ressalte-se que o diálogo com Deus pela via do orar já será suficiente para enxergar o problema por outro prisma. Com esse incomensurável poder, você terá mais força de vontade para não ser aprisionado pela tristeza quando vislumbrar suas nuvens pairando ameaçadoras sobre si.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 27/07/2010
Reeditado em 28/10/2012
Código do texto: T2401557
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