ENTRESSAFRA DE AMOR.
Havia um tempo em que estava em sorrateira e quase dissimulada paz.
O coração (in)quieto,silente,brigava/brincando no limiar de guerra e trégua.
Já não sentia frio na alma nas madrugadas em que se debruçava sobre si e se investigava/inventariando a própria vida da janela da sua
essência.
A noite era clara,silenciosamente luminosa/iluminada,precedendo o dia quente/azul,mesclado de maravilhosos raios de sol.
Ouvia a vida se calando, sentia a alma se (des)configurando á cada novo momento.
Não sabia.
Não entendia.
Mas havia uma nova estação em sua vida que não trazia flores/fruto/folhas,chuva/frio/calor.
Havia uma colheita de sentimentos/sementes puras que arranhavam o peito e ansiavam por germinar.
Sementes do tempo.
Sementes/sentimentos ao vento.
Sementes de um amor que latente/latejante/dormente acorda
adormecendo,nasce para se (re)criar/(re)construindo-se apesar da própria desconstituição.
Mas agora o tempo é de paz insidiosa.
Havia nela uma nova fase/face...
... uma nova estação.
Descobriu quase sem querer que estava em meio a uma promissora
entressafra de amor.
Márcia Barcelos.