Dia do amigo – uma homenagem

Há tempos buscava inspiração para falar de amizade e nada melhor que o dia do amigo para essa ocasião, certo? Porém, antes de divagar sobre o tema não posso deixar de comentar sobre o que o “dia do amigo” e esse monte de datas comemorativas me remetem.

Dia da pizza. Dia da pizza é o dia destinado a impunidade de políticos corruptos ou resultado de uma conspiração da associação de pizzaiolos ou donos de pizzaria?

E o dia da bandeira? Os nacionalistas de plantão vão querer a minha cabeça, mas cantar uma música (até bem bonita por sinal) e um dia inteiro destinado a homenagear um símbolo da pátria? Pelo amor de Deus!

Dia do sexo (é, isso existe!) esse é bom!!! Poderia ser feriado nacional, não é mesmo? Camisinhas distribuídas gratuitamente pelas lojas de lingerie, sex shops e motéis repletos de promoções. Uma festa.

Falando sério, qual o sentido de tantas datas comemorativas assim? Será que tem a ver com o consumismo exacerbado do dia dos pais, das mães crianças e namorados a que acabamos nos rendendo? Ou está relacionado a futilidade humana?

Voltando a falar de amigo, será que no dia do amigo as pessoas realmente pensam e desejam o bem aos seus caros companheiros? Por que na minha humilde opinião, amizade é o casamento que dá certo (esse é o único “casamento” que conheço na essência) pois a pessoa não te julga, te ama desinteressadamente, não te trai e sabe dividir o afeto entre os iguais.

A leitura mais provável e que se aproxima do ideal de amizade (a meu ver) é algo bem “Thelma e Louise”, sabe? Alguém que te magoa e você xinga sem que se perca o respeito (sim, isso SÓ é possível entre amigos), alguém de quem você assume quando está com ciúme ou inveja, que se puxa as orelhas mesmo que não seja (e quase nunca é) da sua conta, é a família que se escolhe sem motivo e de quem você não precisa se proteger.

Você empresta ou pega coisas emprestado (sem saber se as terá de volta ou se será capaz de devolver), poderia considerar uma doação de rim ou se solidarizar para cometer um crime. Bizarro? É! É mesmo. Tem gente roubando banco ou cometendo assassinato em fidelidade aos amigos. Maluquice pura..., mas tem sentimento nisso.

Eu mimo meus amigos, os de breve e de longa data,mesmo os que não são afetuosos como eu.Chego ao absurdo de fazer programas de índio como ir a um bar de dinossauros do rock ou ouvir horas a fio sobre desenhos japoneses que não me fazem o menor sentido. Ou ainda, tirar o pijama, largar o namorado ou coisas do tipo para alegrar a amiga que está com o noivado em crise.

Para mim, isso é ser amigo. É não ser perfeito, mas ser presente nos momentos importantes, é celebrar todos os dias por existirem pessoas que se alegram com suas vitórias e se compadecem das suas derrotas.

Alguém que é capaz de que você junte seus últimos e únicos dez reais para umas cervejas pelo dia ruim que ele teve, que ri e te faz rir de bobagens nas altas madrugadas como fazer dublagens de novelas mexicanas ou inventar contos infantis modernos e malucos, te acham super inteligente (porque são seus amigos,claro!), aturam seu mau-humor, TPM, alegria boba de uma nova paixonite, crises existenciais e fazem seu peito doer de saudade.

Amigo de balada, de facul,de MSN, amigo de infância, amigo de perto, de longe, amigo recente, amigo de sempre...isso tudo que escrevi é só para dizer o quanto amo você.

Thais R Lima
Enviado por Thais R Lima em 25/07/2010
Reeditado em 26/07/2010
Código do texto: T2399517
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