Amor Por Esta Terra
Ontem foste sábado, tendo em vista que escrevo numa tarde de domingo chuvosa, logo estarei de plantão. Pois ontem à noite amenizei minha memória. Apaziguei-a. Deixei-la mais rica da nobre cultura do tradicionalismo campeiro. Passei a admirar o que antes não conhecia, e reforcei o que já escutara em outros festivais.
Há 30 anos, na cidade de Cruz Alta, interior, região noroeste do Rio Grande do Sul, no Cine Rio, num inverno rigoroso, deu-se a dádiva do lançamento da 1ª Coxilha Nativista. Estamos na trigésima edição anual ininterrupta. Nesta, que me parece mais grandiosa que as anteriores, homenageiam-se as musicas que anteriormente foram campeãs. É um encontro com o passado, com a história. Relembrar é viver.
Alguns dos mais importantes nomes da tradição gaúcha passaram por estes palcos do Ginásio Municipal. Temos orgulho de exemplificar ninguém mais e ninguém menos que Jayme Caetano Braun, Cezar Passarinho, Luiz Marenco, Jorge Freitas e muitas centenas de outros. A cada ano brota no peito e na alma desse povo gaúcho um amor às tradições, versadas em canções, em gestos, todos repletos de orgulho desta terra.
Que seja infinita as edições da Coxilha, que revele talentos, gigantes, memoráveis nomes da nossa cultura. Que este povo cruzaltense hospitaleiro siga no frio do pampa, nestes meses de julho e agosto, sorvendo um mate e uma boa música. E quando eu me for, deste para outros pagos, seguirei ouvindo a clarineta dos grandes músicos do sul, em homenagem a minha querida Cruz Alta.