REPENSANDO
O barulho da televisão me incomoda de tal forma que a calo, e passo a observar uma gama de atores se eximindo em seus personagens. Se esse veiculo de comunicação é áudio visual, acho melhor sem som e fico encantado com o cenário. Tudo muito moderno e longe de eu questiona-lo, não sou e nem pretendo ser um cenógrafo, mas o acho entrosado com os atores e de acordo com seus papeis.
Estou absorto em pensamentos, tristes e preocupantes há dias minha mãe padece no hospital e sem diagnostico, o que nos deixa de mãos atadas. Esperando que um dos diversos exames realizados nos trouxesse esperança, para trazê-la de volta a nossa convivência. Pânico, nó na garganta, sobre-salto no tocar o telefone. Impotência diante do destino.
O brilho da teve me distrai, as cenas se sucedem e a mantenho muda, atores consagrados pela critica, e até por mim, que mesmo não sendo um entendido no assunto, os acho incríveis nessa arte.
Mas nesses dias taciturnos fico em expectativa de retorno a normalidade. É engraçado como vendo essa novela sem som, posso ver a quão violenta ela é, pareceu-me ser cômica, mas esta repleta de cenas tristes, onde atores demonstram em suas feições cólera, raiva, arrogância, desprezo e outras tantas emoções, e ainda movimentam mãos e braços agressivamente, diria até mesmo que para um deficiente auditivo é aterrorizante.
Se o som incomoda-me, a imagem dantesca irrita-me. Pergunto se as pessoas aprendem essa agressividade sem perceber? São raros os momentos de amabilidade, tolerância, compaixão ou ate mesmo respeito e educação em suas expressões e movimentos.
Tentarei outra coisa menos violenta, quem sabe escrever uma crônica? Assim livrar-me-ei dela e acalmarei a minha tristeza e em boa companhia.
24/07/10