REFLEXÃO SOBRE O VIVER

Viver não é tão-somente uma grande e emocionante aventura, como também se torna a deslumbrante arte de ser feliz apesar de tudo, buscando diariamente a essência dessa abstrata felicidade tão desejada e sonhada. Nirvana que, por uma básica questão de lógica porque existir é sempre procurar para haver razões para prosseguir, não deve nunca ser encontrada por completo, senão diluída em milhares de fragmentos e assim ser desfrutada dia após dia como água bebida da fonte pura.

Que todos nós agraciados com o inigualável e maravilhoso dom da existência aceitemos a vida concedida por Deus como um abençoado e surpreendente presente, jamais achando-a penosa e árduo fardo a entristecer, porque dádiva graciosa capaz de enternecer e levar às lágrimas de incomensurável alegria não somente os sensíveis e emotivos, mais ainda e sobretudo os agradecidos. Dar graças por acordar e estar respirando saudável é ato a ser cultivado a cada amanhecer por homens e mulheres, antes mesmo de abrir os olhos para a luz do sol iluminando mais uma aventura e clareando as inúmeras perspectivas certamente à espera de ser abraçadas.

Então, sorria espontâneo, cumprimente as pessoas, seja benção que chega e transforma ambientes sombrios em espaços agradáveis, faça os outros perceberem que valeu a pena você ter nascido e espalhe por seus caminhos a chama benéfica da simpatia contribuindo para tornar o convívio humano uma verdadeira festa do entendimento e da fraternidade. Na jornada a ser percorrida ao longo da vida todo e qualquer ser humano pode e precisa fazer a diferença onde quer que esteja, passando a ser vislumbrado por esse prisma quando leva os demais a lembrá-lo como amenizadora brisa emissária dos bons augúrios, esperado conforto e admirável presença nos instante em que surge em meio aos seus próximos.

Quão breve é a vida, bem sabemos, ninguém ignora a fraqueza de sua fugacidade, esse tênue sopro que, a pouco e pouco, repentino, determinado dia, esmaece e apaga sem qualquer possibilidade de volta. Para sempre, seguindo-se o juízo. Por conseguinte, somos o simples borrão sumindo na chuva, um grão de poeira arrastado pelo vento, a mera e frágil folha secando ao implacável sol dos dias, desaparecendo a soberba dos vaidosos no leito da morte, a partir de então explodindo em fumaça a dignidade dos fanfarrões, calando-se a voz dos valentões como se o urro leonino assustador se transformasse no ingênuo, digno de pena e desprezível miado do filhote recém-nascido.

Não somente pelo estigma do fim a ser deparado a seu tempo e do qual é impossível fugir - contudo, não sendo necessário encarar isso com melancolia mas como um novo começo -, senão pela importância de coexistir entre os iguais de maneira positiva e impecável em nossa passagem nesse plano deixando os melhores exemplos de conduta e atitude a serem seguidos e honrados, de bom alvitre também delinearmos o viver com a hombridade e a lealdade dos verdadeiros cidadãos seguidores da Lei, respeitando as autoridades, ajudando ao próximo, amparando aos órfãos e fazendo o bem sem olhar a quem nem esperar recompensa. Servindo de espelho para as gerações subsequentes. Lembremo-nos que os únicos tesouros acumulados durante o tempo em que aqui estivermos e dos quais disporemos, levando-os conosco, quando fecharmos os olhos serão os imateriais, os bem guardados no coração, na alma e no espírito. Os demais alimentarão as traças e acenderão a ambição dos que ficam, até que também por sua vez partam.

Imbuídos da força contida nesse pensamento sobre a rapidez impassível do nosso tempo e refletindo ser inútil fazer sumir as pisadas do ontem, por assim dizer já concretadas no passado irreversível, cientes no entanto de que tarde é momento inerente à ausência de porvir para quantos o destino riscou de sua relação, esvanecidos que estão, vivamos segundo os divinos ensinamentos e as abençoadas lições deixadas por nosso Senhor Jesus Cristo, caminhando em Seus passos. Cidadania é servir tanto com bens materiais quanto esculpindo lembranças de honestidade num caráter ilibado, moldado pelas ferramentas de um viver amigo, fraterno, amoroso, compreensivo, pacato e cristão. Que sabe dialogar desarmado de preconceitos, aconselhar para o melhor caminho se as circunstâncias assim exigirem e está pronto para entender, reconciliar, perdoar e esquecer.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 25/07/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2398028
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