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UMA PEQUENA VINGANÇA...
Dia destes, alta madrugada, fui acordada pelo telefone... Já pulei da cama com o coração aos saltos, imaginando que uma grande desgraça se abatera sobre a família ou talvez sobre alguma amiga muito próxima. Ninguém liga às cinco horas da manhã pra dar boas notícias.
Na correria, pisei na pata do Zeus, meu fiel e feroz cão de guarda, que dorme no tapete ao lado da minha cama e ele abocanhou meu tornozelo. Ainda bem que reconheceu a canela da dona e não apertou, mas o escândalo foi grande. Esqueci de desligar o alarme, que obviamente disparou, já que deixara o telefone na sala.
Finalmente, atordoada de sono e despertada daquela maneira, atendi, tremendo de frio e de medo.
Ouvi uma voz masculina chorosa: mãe, mãe... Pelo amor de Deus, fui sequestrado e piriri-parará...
Não vou repetir esse golpe, que todos vocês já devem ter ouvido falar. Apenas desliguei o telefone. Meu coração custou a se aquietar. Mesmo sabendo que meu filho dormia no quarto ao lado, aquilo me causou um tremendo desconforto e uma grande irritação.
Imagino que, se meu filho não estivesse em casa e, por algum motivo qualquer, não atendesse ao celular, eu teria pirado... Eu, que antes, achava uma bobagem cair num golpe desses. Na hora é tudo muito louco.
Pois bem, ontem o telefone tocou novamente e era minha filha, mas eu não tenho filha... E não estava dormindo.
-- Mãe, mãe... Eu vou morrer, etc., etc.
-- Aninha? O que houve? Minha filha, pelo amor de Deus, onde estás? O que está acontecendo? E daí eu já chorava, copiosamente, com Aninha... Nem sei por que usei esse nome.
Logo após, o sequestrador veio ao telefone e exigiu R$ 10.000,00 para devolver “minha” filha, uma verdadeira fortuna pra uma pobre mãe viúva... Chorei, implorei por minha menina; conferi, mais de uma vez, o número da conta; prometi a rapidez possível, arrumaria o dinheiro de qualquer maneira. E, chorando, pedi calma e tempo, disse o quanto seria desgraçada minha vida sem essa menina, minha única alegria. Chorei muito.
E Zefa, minha assistente para assuntos domésticos e testemunha ocular do meu mais novo talento, chora de rir até agora.
UMA PEQUENA VINGANÇA...
Dia destes, alta madrugada, fui acordada pelo telefone... Já pulei da cama com o coração aos saltos, imaginando que uma grande desgraça se abatera sobre a família ou talvez sobre alguma amiga muito próxima. Ninguém liga às cinco horas da manhã pra dar boas notícias.
Na correria, pisei na pata do Zeus, meu fiel e feroz cão de guarda, que dorme no tapete ao lado da minha cama e ele abocanhou meu tornozelo. Ainda bem que reconheceu a canela da dona e não apertou, mas o escândalo foi grande. Esqueci de desligar o alarme, que obviamente disparou, já que deixara o telefone na sala.
Finalmente, atordoada de sono e despertada daquela maneira, atendi, tremendo de frio e de medo.
Ouvi uma voz masculina chorosa: mãe, mãe... Pelo amor de Deus, fui sequestrado e piriri-parará...
Não vou repetir esse golpe, que todos vocês já devem ter ouvido falar. Apenas desliguei o telefone. Meu coração custou a se aquietar. Mesmo sabendo que meu filho dormia no quarto ao lado, aquilo me causou um tremendo desconforto e uma grande irritação.
Imagino que, se meu filho não estivesse em casa e, por algum motivo qualquer, não atendesse ao celular, eu teria pirado... Eu, que antes, achava uma bobagem cair num golpe desses. Na hora é tudo muito louco.
Pois bem, ontem o telefone tocou novamente e era minha filha, mas eu não tenho filha... E não estava dormindo.
-- Mãe, mãe... Eu vou morrer, etc., etc.
-- Aninha? O que houve? Minha filha, pelo amor de Deus, onde estás? O que está acontecendo? E daí eu já chorava, copiosamente, com Aninha... Nem sei por que usei esse nome.
Logo após, o sequestrador veio ao telefone e exigiu R$ 10.000,00 para devolver “minha” filha, uma verdadeira fortuna pra uma pobre mãe viúva... Chorei, implorei por minha menina; conferi, mais de uma vez, o número da conta; prometi a rapidez possível, arrumaria o dinheiro de qualquer maneira. E, chorando, pedi calma e tempo, disse o quanto seria desgraçada minha vida sem essa menina, minha única alegria. Chorei muito.
E Zefa, minha assistente para assuntos domésticos e testemunha ocular do meu mais novo talento, chora de rir até agora.