ANOS 60 E 70 _ O COMEÇO DE UM É O FIM DO OUTRO?

A História não é rígida, pois está em constante evolução. O homem, para se situar no tempo e no espaço, é que estabelece limites. Limites esses, que são demarcados por algum acontecimento de relevância quando se refere a "idades históricas". Como no caso da Revolução Francesa, que é o marco divisor entre as idades Moderna e Contemporânea. Mas, entre décadas isso é quase impossível. Difícil estabelecer com exatidão quando começaram os anos 70, pois eles são uma continuidade dos movimentos iniciados nos anos 60. Se nos fixarmos apenas em números, é óbvio que a década começou em 1970. Se nos basearmos em fatos, não podemos dizer que em 1969 acabaram os anos 60 e uma década, completamente nova, iniciou. Os movimentos, as idéias, os costumes continuaram... Assim, os anos 70 podem ter iniciado durante a "primavera de Praga" ou em agosto de 1969, em Woodstook, quando Jimmy Hendrix misturou o hino dos Estados Unidos com o som das bombas que explodiam no Vietnã. Mas de uma coisa pode-se ter certeza: quando John Lennon disse "O sonho acabou", com a dissolução dos Beatles, já estávamos nos anos 70.

E o sonho acabou porque perdeu-se a inocência e a crença nos ícones e idéias dos anos 60. Vários fatores contribuíram: o assassinato de Sharon Tate, por um grupo de fanáticos (1969); as mortes de Jimmy Hendrix e Janes Joplin (1970); a conquista solitária do homem na Lua (1969), etc.

Mas as conquistas dos anos 60 permaneceram: igualdade entre os sexos, defesa das minorias, luta contra o racismo, combate à censura. Mudaram, nos anos 70, as formas de manifestação que ficaram mais sutis, mais debochadas, menos ingênuas. Aprendemos a escrever nas entrelinhas. Como na música de Torquato Neto, compositor tropicalista morto em 1972 _ "...ocupar espaço, amigo, eu digo: brechas... Eu acredito que sem malandragem não há salvação".

**** Bem, chega de saudosismo! Voltemos ao presente!

Agradeço a todos que embarcaram comigo nessa viagem.

Obrigada pelas leituras e comentários!

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** E, para fechar com chave de ouro,

o comentário do nosso querido

José Claudio:

Achei uns versos na música TRISTE BERRANTE para fechar (lamentando) essa sua maravilhosa série:"Mas sempre foi assim/E sempre será/O novo vem e o velho tem que parar/O progresso cobriu a poeira da estrada/E esse tudo que é o meu nada/Hoje tenho que acatar/E chorar..." ///Obrigado pela ótima viagem, Giustina!

Giustina
Enviado por Giustina em 24/07/2010
Reeditado em 12/02/2014
Código do texto: T2396252
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