LEIA-ME, VOCÊ AI QUE ESCREVE Diariamente visito espaços virtuais para autores das mais variadas vertentes literárias, poemas, crônicas, contos etc e para meu espanto e frustração percebo que a leitura que deveria ser algo praticado com mais ênfase e exaustão ainda deixa a desejar. Muitos reclamam que as pessoas não gostam mais de poemas, que ninguém ler ou se interessa, além disso, o Brasil não é um país com a dita cultura leitora, por o livro ser caro, por isso não está enraizado no nosso sangue ou não ser incentivado desde o berço. Mas o que nós pessoas que escrevem, alfabetizados, com o órgão da visão em bom funcionamento se recusa a ler ou pouco ler. Logo as pessoas que deveriam mais ler, são as que menos leem. Acredito que todos que escrevem querem ser lidos e por conseguinte querem ter um feedback, um retorno, uma interação maior com o leitor. Ai surge o comentário, que é a manifestação dessa leitura e dessa proximidade com o autor e com o texto. Falando por mim especificamente gosto do comentário e daquele retorno transcrito ali mesmo que em poucas linhas. Aquela manifestação funciona como uma reafirmação da leitura, um incentivo a mais e pode até ser besteira, mas acredito que vira uma espécie de glorificação do seu trabalho, ainda mais para poetas desconhecidos e ainda sem livros editados. No meu caso, tal fato é mais gritante, pois além de gostar de escrever, eu ainda sou professor. E quase que religiosamente eu na sala de aula clamo com força e paixão para que meus alunos leiam, leiam muito, leiam até a exaustão, leiam antes de dormir e se possível acordem lendo. Então em mim, isso é redimensionado, quando vejo que nós poetas pouco lemos ou não lemos o tanto quanto deveríamos. Ler deve ser um prazer. Ler é contagiante. Ler é aprendizado. Ler é interação. E escrever por sua vez é compartilhar experiências, pontos de vista, induzir o pensar, a reflexão e exercitar a mente, alimentar a alma e elevar o espírito. Seria bom que todos nós formássemos uma corrente forte e larga em total comunhão com a leitura, com o poema e com o outro, que está ali ao nosso lado, tão pertinho, a esse irmão que às vezes esbarra na gente, contudo é ignorado. Vamos nos ler, vamos nos ver, vamos nos dar as mãos e vamos crescer juntos para que assim a poesia tome um novo fôlego e possa respirar tão forte que todos que antes não a sentiam viva, possam perceber sua existência tão vital e tão essencial para pessoas, a vida e o mundo. E que ela pode tornar nossos tantos contextos de inserção ainda mais belos e aprazíveis para os que aqui estão e os que virão. Tudo isso se traduz num convite de leitura pura e simples. Então vamos começar a nos ler? Que tal começar agora? Boa leitura. Abraços fraternos... Zaymon Zarondy