O FIO QUE NOS ALINHAVA
Acredito que somos uma colcha de retalhos que vai sendo montada ao longo do tempo. Às vezes somos constituídos do mesmo tecido social que outros, no entanto, somos diferentes em resistência às intempéries da vida.
Umas colchas rasgam-se fácil e constantemente precisam ser refeitas; outras se rasgam completamente e não tem mais conserto.
Mas, existem aquelas que por mais que sejam usadas não se rompem, permanecem inteiras. Penso que a diferença entre elas seja o fio que as alinhava. É esse fio que não as deixam romper.
Observe...existem pessoas que nascem na pobreza, passam por uma infância de necessidade e abandono e quando ficam adultos tornam-se pessoas éticas, íntegras e solidárias, ainda que pobres. Outras, que passaram pelas mesmas dificuldades tornaram-se adultos demagogos, egoístas e que tentam tirar vantagem de qualquer situação.
Da outra forma também acontece, pessoas que tiveram na infância toda sorte que o dinheiro pode dar e ao se tornarem adultas tornam-se pessoas solidárias e justas ou tornam-se pessoas amargas, egoístas sem noção do sofrimento alheio.
Certamente o fio que as alinhavou não foi o mesmo. Este fio são os valores que nos são desenvolvidos na infância. São cultivados aos poucos conforme vamos passando pelas experiências e alguém vai nos alinhavando com esse fio invisível. Esse "alguém" na minha vida foram meus pais que me ensinaram a lidar com as situações e a tirar delas lições para toda vida.