Sempre é bom
Dizem que é prazer de burgueses. Que poucos podem desfrutar de uma viagem ao estrangeiro.
Verdade. Levando em conta a vida do brasileiro, sair do país não é para qualquer um. Mas muitos têm a oportunidade. Caminhar sem pressa pelas ruas de cidades estrangeiras é um prazer, embora já tenha sido muito melhor. A Europa foi invadida por povos que eram colônias.
Alguns países escapam. Você jamais verá uma burca na Alemanha, por exemplo.
Voltando. Acordar sentindo o cheiro de torradas e café é algo delicioso.
Um banho pouco após o acordar anima o corpo, prepara a alma. Sentar-se diante de pães, frutas, queijos e frios, tendo liberdade de escolher entre um café ou os mais diversos tipos de chá, é outro prazer burguês bastante agradável. A estúpida imprensa esquerdista ainda teima com o nome. Tolice. Burguês é o homem que não vive do trabalho braçal. A velha ultrapassada maneira de pensar não percebe que trabalho não quer dizer vassoura, obrigatoriamente. Estou trabalhando, expondo idéias e quando terminar passo um pincel macio sobre a tela e o teclado do computador.
Recado dado, volto à mesa. Como o suficiente, não abuso.
O tempo é fresco, um vento suave bate no rosto, a gente caminha devagar, olhando os prédios diferentes do nosso país.
A calçada junto ao rio sempre atrai. Os olhos perdem-se nos pequenos barcos que deslizam sobre a água, nas pontes trabalhadas, nas árvores que existem por toda a parte civilizada.
Onze horas. A cadeira na calçada, o toldo que esconde a luz direta do Sol, a cerveja gelada, sempre servida com amendoins. Prefiro um vinho jovem, tinto. Geralmente o da casa, os donos estão acostumados com o tempo e sabem servir dos encorpados aos bem leves, de modo algum adocicados. Sempre bem secos.
Passam homens, crianças poucas, é hora do colégio, mulheres comuns e outras belas, enfim, o mundo desfila na sua frente.