A LEI DA PALMADA
Toda vez que o bebê chora, surge alguém para lhe confortar. A mãe para dar de mamar, o pai para trocar sua fralda ou algum dos dois simplesmente para lhe pegar no colo. Assim, logo em seus primeiros instantes de vida, ele aprende a manejar o choro como um instrumento de comunicação, uma forma de chamar a atenção para alguma coisa que lhe aflija. O bebê descobre também que os adultos adoram quando ele sorri. As reações de quem está ao redor é parar e lhe encher de mimos em troca de um sorrisinho. Se ele der alguma risadinha, então, desabará os gigantes ao seu redor. O bebê aprende a engatinhar, já consegue se locomover. Aos poucos, vai vencendo a lei da gravidade e consegue parar em pé, ainda que num estilo balança mas não cai. (Porém, a regra aqui, neste começo de jogo, é mais cair do que parar em pé).
Porém, claro, sempre contará com o pá ou a mã para lhe amparar. Muitas vezes, até servindo-se das mão de um deles para dar seus desajeitados primeiros passos. O bebê consegue, enfim, dominar a técnica e se torna um "às" na arte de ficar em pé e de caminhar, nem que seja se segurando. Eis que, explorando esse novo universo, ele descobre que as coisas ao seu alcance: uma toalha de mesa, um CD, uma revista, qualquer coisa que ele possa pegar ou puxar. Mas, antes que ele possa descobrir o que são essas coisas tão diferentes, eis que recebe um tapa na mão e vê uma cara enfezada dizer "não"!. Ele estranha. Vai de novo. Outro tapa. (Isso dói. Quando não gostamos de algo, ferimos). E, assim, o bebê descobre uma outra forma de comunicação praticada pelos seres humanos. Ele anota em sua pequena memória. Um dia pode precisar usar algo assim também...