O bilhetinho

É necessário antes de tudo que me apresente: sou professor Universitário, leciono Direito Constitucional concomitante com os Direitos Humanos, recebi este interessante bilhetinho num dia normal, (apesar de chover e de fazer sol ao mesmo tempo), não foi entregue anonimamente, mas não direi quem o assina, unicamente por ser irrelevante, no caso, fascina a nossa intrigante "natureza humana" tão encantadora e de difícil compreensão. Transcrevo-o:

"Professor! encontro-me completamente desprevenido, no sentido de que, não carrego comigo neste instante minha companheira: a Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 e ainda desguarneço-me por não haver trazido a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Ante o exposto, solicito-lhe que inquira outro colega melhor munido de ferramentas capazes de demonstrar seu aprendizado, à fim de evitarmos constrangimentos, para vossa pessoa e mais ainda à mim, que expressamente me declaro inábil a tais avaliações.

Prontifico-me, desde já, a pesquisar diligentemente matéria tão relevante e nobre, alicerce de nossa formação acadêmica e numa aula próxima expor-me à seu interrogatório.

Por hora, agradeço e clamo-lhe por benevolência na marcação de minha nota em seu fichário, haja vista, estar com pontos insuficientes para aprovar-me no curso.

Mensagens de Positividade e Luz no seu coração tenro e amoroso. Também asseguro-lhe que falarei com DEUS para que proteja-o e derrame sobre ti toda sorte de bençãos, alegrias e gozos. Evidentemente, farei isso, caso acolha meu pedido, do contrário, falarei com ELE para que veja-lhe com rigor e amargura, para que sintas na pele a vingança Divina. ( A segunda opção não agrada-me em cumprí-la, mas terei que fazê-la na hipótese de não deferires o que peço!)"

Dei-lhe uma nova chance na aula seguinte, desta vez estava "prevenido", "munido", mas aviso logo: Não trabalho sob ameaças, muito menos divina!

Homem de preto
Enviado por Homem de preto em 21/07/2010
Reeditado em 23/08/2011
Código do texto: T2391561