Pintores da existência

Pintores da Existência

Fernanda Leite Bião

http://luzdointerior.wordpress.com

Todo(a) pintor(a) é um(a) agente hábil na construção da sua obra-prima. Escolhe as tintas com desvelo. Combina cores, contrastes e gestos. Entre as experiências adquiridas de forma remota e as experiências recentes, vai se aprimorando pouco a pouco.

Da mesma maneira, somos todos(as) nós pintores de nossa própria obra – a existência. Entre experiências, caídas e soerguimentos, sorrisos e lagrimas, seguimos. Mais fiéis e fortes ou mais fracos e medrosos. Podemos escolher que tipo de colorido (pensamentos, sentimentos e emoções) queremos dar à vida.

A vida na Terra pode ser comparada a um momento, a uma estação na grande obra-prima de nossa evolução. Escola necessária ao nosso desenvolvimento. Educandário da alma.

Almas se reúnem, renovadas pela esperança do recomeço. Em suas memórias imemoriais, guardam-se segredos e experiências multimilenares. Todo movimento, em prol da evolução. Nas veias perispirituais corre a energia universal. O amor é o combustível que germina o acontecer presente.

É preciso que estejamos atentos à necessária mudança interior. Cansados da repetição incessante de comportamentos destrutivos, buscamos o aprender, por meio do desaprendizado (de comportamentos adoecedores). Chega a ser engraçado!

Para aprender, por vezes, precisamos desaprender.

Desaprender a cultuar o personalismo, que nos prende à falsa concepção acerca de nós mesmos e nos incentiva a humilhar e a escarnecer nossos irmãos e irmãs de caminhada evolutiva.

Desaprender preconceitos e mitos de superioridade, para aprender que todo trabalho digno é digno, e que a exclusão é uma criação nossa. Desaprender, para aprender que os excessos da vaidade podem nos elevar para o cume de nosso umbral interior. Desaprender os mantras negativos do “não é possível” ou do “nunca vou conseguir”.

Quando limpamos caixinhas mentais repletas de condicionamentos e falsas verdades, estaremos começamos a aprender.

Aprender que somos capazes de amar nossas qualidades e defeitos, respeitando cada passo que só eu, só você e só nós sabemos como foi complicado dar.

Aprender que palavras avançadas e atrasadas não servem como parâmetro para saber o lugar onde estou.

Aprender que a natureza é parte do projeto da divindade.

Aprender que o ser nasceu para ser pessoa, para desenvolver suas potencialidades e não para ser encurralado em um labirinto de excessos sociais.

Aprender que a verdade existe, mas, dentro de cada um, é preciso descobri-la, para se libertar.

Aprender que o amor, mesmo que seja ainda vivido em expressões pequeninas de sentimento, fortalece-se, quando não é abandonado.

Fernanda Leite Bião
Enviado por Fernanda Leite Bião em 21/07/2010
Código do texto: T2391231
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