Réstia de uma dor
Eu queria poder usar meu cotidiano pensamento, diário e atenuante, inconsciente, para descrever tudo em palavras sobre linhas rabiscadas. Precisaria de uma caneta unificada à máquina cerebral. Queria escrever como voa uma ave de rapina, leve e fatal. Ir ao ponto, com meros rebordeios, enfim incisivos. Ser um pássaro carnívoro com asas. Asas negras como um graúna.
Não perder tempo algum, a todo instante parafrasear, pensar sobre linhas, com papel e caneta e o cérebro em mãos. Fazer uso de ferramentas que alimentem pensamentos alheios. E lágrimas que escorrerem sejam duras, sôfregas e miseráveis. Uma força brote do inconsciente, inunde de poesia um único momento, justo este que estamos vivendo. É duro o parar e pensar, imaginar um futuro ainda não vivido, inconstante e subjetivo. Seres únicos e individuais, isto é o que somos, sucumbidos. Somos diferentes, mesmo que semelhantes, temos gostos, objetivos, metas distintas. Estamos sós! Incumbidos todos numa mesma missão. E mesmo sendo um bendito solitário isso me assusta, assola-me parar e pensar, não durmo, enlouqueço. A loucura é fundamental, ela é vital para que sobrevivamos. Precisamos desfalecer dessa maneira de viver midriática e insossa, pecaminosa. Urgimos por imergir num mundo de amor, de sentimentos bondosos e de paz. Nós precisamos, um todo clama.