ANOS 60 E 70 _ SERÁ QUE O AMOR MUDOU?
Não, o amor, como sentimento, continua o mesmo. O amor, apesar de todas as transformações ocorridas no mundo, não pode mudar, porque é algo divino. É algo intrínseco e suas características são constantes, não importam os caminhos que tenha tomado a humanidade. O que mudou, e isso é notório, foram as formas de amar. Antigamente o amor era eterno. Pelo menos os laços que prendiam os relacionamentos duravam por toda a vida. Com o advento do divórcio as relações ficaram "abertas" e, hoje, o modismo é "ficar".
Nos últimos 50 anos a paquera, o namoro e o sexo foram se adaptando aos valores de cada geração. Nos anos 50, para conhecer ou namorar, a menina precisava da autorização dos pais. Sexo, nem pensar. A virgindade era semelhante ao "dote" que o pai da noiva entregava ao pretendente em épocas mais antigas. As mais apressadinhas acabavam amargando corrigendas que vinham desde uma reprimenda, uma expulsão da casa paterna ou uma vida de "solteirona".
No final dos anos 60 e início dos 70, com a revolução nos costumes, as mulheres adquiriram o direito a uma profissão, o amor eterno perdeu seu reinado e a pílula anticoncepcional liberou o sexo antes do casamento. Essas conquistas, por outro lado, tiveram também seu contrapeso, sobrecarregando a mulher, que passou a ter jornada dupla e até tripla de trabalho. Ser dona-de-casa, mãe e profissional é o peso que a mulher tem que carregar pela sua libertação como ser humano. E a mulher passou a ter doenças antes tipicamente masculinas: estresse, úlcera, infarto... Mas, em contrapartida, teve um lado prazeroso: o direito ao orgasmo. De "não-me-toque" e "não-sinto-nada", a mulherada, hoje, tem a vantagem de poder optar pelo melhor parceiro, pois adquiriu aquilo que sempre foi direito do homem: fazer comparações e escolher.
A geração atual não precisou gritar, brigar, lutar porque encontrou a "casa pronta", graças ao pioneirismo das feministas dos anos 60 e 70. Hoje é normal transar aos 15 anos, ficar com vários garotos e dormir na casa do namorado.
Mas, quanta água correu por debaixo da ponte do tempo até chegarmos a esses valores! E fica uma pergunta: será que a mulher de hoje é mais feliz que a de 50 anos atrás?