Eles estão voltando

Sorrisos largos, apertos de mão, tapinhas nas costas e muitas promessas, chegando ao extremo de carregar as criancinhas no colo quando o desespero bate no peito, ou as estatísticas despencam. A disputa já começou. Foi dada a largada. Os candidatos à presidência farão o que for preciso para convencer seus eleitores. Mas, devemos estar preparados, o Ministério da Desconfiança adverte: “Acredite com moderação”.

Já conhecemos profundamente as interessantíssimas vuvuzelas e jabulanis, até então ignoradas do nosso vocabulário, tivemos um mês de descanso político, quando pudemos acompanhar as maiores equipes mundiais de futebol, este esporte que a todos alimenta. Relaxamos-nos dos problemas sociais. Torcemos, perdemos e calamos. O brasileiro esqueceu seu cansaço, suas dores, sua dificuldade, agora volta ao mundo real.

Enquanto isso, nos bastidores, os políticos preparavam suas campanhas para a vitória, sua estratégia, seu horário de propaganda política, mas e as propostas?

Nós não estamos precisando mais promessas e sim propostas concretas, de políticos que desejam realmente fazer acontecer: acabar com a fome brasileira, criminalidade, prostituição, corrupção, dinheiro na cueca, na meia, enfim fazer a lei valer para todos e não diferenciada de acordo com o bolso do cliente. Políticos que melhorem a qualidade de ensino, a moradia do brasileiro, salários dignos para viver e não apenas para ir e vir ao trabalho. Políticos que se preocupem com o meio ambiente e tenha visões internacionais, etc, etc, aquilo tudo que já sabemos.

Muitos destes candidatos que ficaram quatro anos enterrados, ressuscitam, surgem do nada, com grandes feitos que ninguém viu, ou se fez pequena coisa, engrandece a com tamanha ironia, como se fosse obra faraônica. É estranho como tanta gente desconhecida, torna-se tão importante em meses que antecede eleições.

É inegável que o Brasil caminha positivamente para ser uma grande nação, tanto é que, hoje, somos respeitados mundialmente. Dizer que o Brasil não muda ou não mudou para melhor, seria idiotice. Dizer que o brasileiro não sabe votar, também seria de igual tamanho. O Brasil mudou e está mudando para melhor, gradativamente, como tudo acontece, mudanças não são radicais.

Entre erros e acertos o Brasil caminha. Muitos currículos de políticos nos serão entregues, cabe a nós analisa-los, como somos submetidos à procura de emprego: entregamos nosso currículo, espalhamos pelas empresas, a espera que o nosso perfil seja aceito e enquadre para a prestação de serviços nesta instituição, e assim que somos chamados para entrevista e aprovado na primeira fase, passamos por exames clínico e comprovante de antecedentes criminais.

Diferentemente de nós, os políticos se não conseguirem o emprego almejado, com certeza, lhe restará uma nova função, onde será enquadrado, e assim, não ficarão desempregados. Resta a nós analisarmos, com uma pequena parcela de seriedade, suas propostas, seu exame de sanidade mental, seus envolvimentos ilícitos, seu histórico. Juntando o quebra cabeça deste mosaico interpretativo dos personagens na vida política.Para assim, sentirmos agente participante e modificador da história, como somos, polindo os degraus desta escadaria, para que nossos filhos possam galga-los, com dignidade, a cabeça erguida, e com visão brilhante pela frente.

Edson Alcarde
Enviado por Edson Alcarde em 18/07/2010
Código do texto: T2384870
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