Borboletas no estômago
Outro dia, conversava com uma amiga, na verdade, ela me ajudava num problema financeiro, e de repente, ali no meio daquelas pessoas todas, nós duas desatamos a falar das nossas dores de amor.
Naquela noite, o vento gemia alto, dormi pensando em nossa conversa e em como vivemos " apertados" , uma fagulha de sorriso, uma mão estendida, um olho no olho e é só o que necessitamos para que assim como uma represa, vaze a inquietude do peito, a mágoa dos mal-entendidos e incompreensão dos silencios.
Em virtude dessa conversa lembrei de um congresso ( 6º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções/cidade de Gramado/RS)onde um médico explicou como esquecer uma paixão.
Paixão é incomodação. Paixão é dor. Paixão é doença.
Só o amor cura a dor de amor.
Quantas vezes tu já te encontrastes nessa situação? O amor já era, mas o frio na barriga continua, coração a mil, adrenalina, borboletas no estômago. Para superar isso, os médicos dão um conselho: é preciso reforçar as emoções negativas ligadas à tal pessoa e mudar o foco de atenção, arrumando outro amor.
Do ponto de vista cerebral, ficar só não ajuda a superar o fim do caso. Segundo o médico, essa situação gera um conflito cerebral; no circuito neural há 2 sistemas: um deles passa pela amígdala, é responsável por respostas corporais involuntárias: batimentos acelerados, bolinhas no estômago. O outro passa pelo córtex pré-frontal, regiao que traz a tona as lembranças do ex, mesmo que a pessoa não faça mais parte de tua vida.
Não apaga.
Esse sentimento próximo aos dos vícios, há circuitos sobrepostos que se relacionam a tudo isso.
Se o ex está por perto, então é pior. Como para o alcoólatra basta um deslize para que a conteça a recaída.
As borboletas no estômago fazem uma curva durante o namoro, aparecem no início, declinam no meio e podem voltar no final.