O PIQUENIQUE E A EFEMÉRIDE
No dia vinte e um de abril do ano de mil novecentos e ses-senta, bem cedinho, juntei-me aos meus amigos e nos dirigimos ao sítio Duas Lagoas onde faríamos um piquenique.
Cada um, munido do seu farnel e de seus sonhos, ou objeti-vos tomou o caminho em direção àquele local.
Na rodagem, enquanto caminhávamos, brincávamos pegan-do seixos para o jogo de xibiu, disputando corridas ou cantando emboladas. Apesar das brincadeiras, eu estava atenta aos pássaros e borboletas que voavam e pousavam de vez em quando na vegeta-ção e flores ali reinantes.
Na nossa caminhada, éramos sobressaltados por fogos, o que nos faziam voltar à memória histórica: era o dia de Tiradentes. Mas era também um dia muito importante para o Brasil atual; o nosso Presidente Juscelino Kubitschek inaugurava a nova capital do país: Brasília. A bela cidade planejada pelo arquiteto Oscar Ni-emeyer e construída com a participação dos candangos, na região central do Brasil, sediava a partir de então o poder governamental nacional.
Tivemos um dia muito agradável. À sombra gigantesca de uma árvore nos acomodamos e ali realizamos variadas brincadeiras ou atividades.
Mesmo entretidas nas nossas ações, não deixamos de ouvir, através dos rádios das casas próximas ao local, parte dos pronunciamentos das autoridades que se faziam presentes às festi-vidades de inauguração da nova capital.
No final do dia, voltamos cansados, porém felizes. Havía-mos cumprido o planejado.
Tanto para nós como para o Presidente Juscelino a missão estava cumprida.