QUE PAÍS É ESSE?
Joel descreve sua trajetória de casa ao banco. Meias grossas, jaquetas, luvas e gorro. Visualizei sua imagem agasalhado. E continua relatando seu caminho. Ventos uivantes do sul, manhã gelada, nevoenta, neblina. É Brasil, é Irati, estado do Paraná.
Como Joel também estou caminhando. Caminhando por este Brasil enorme. Caminho sem dar passos é a mão que caminha conduzindo o mouse. Agora estou lendo “A palmada proibida”, vejo Félix. Menos agasalhado que Joel, o cachecol não disfarça o frio. Belo Horizonte, Minas Gerais.
Estou eu aqui, no clima tropical. Olhando da janela o sol escancarado, vivo, claro, sorridente. Temperatura de 28 graus , despida de muitas vestes, ombros desnudado, a procura do vento que vem da praia. Ele vem caminhando como Joel, como eu nas andanças da internet, em seu 15 km que nos separam. Distância da cidade de Parnaíba a Praia da Pedra do Sal. É vento, é sol, é calor, é frio. Que país é esse?
Sigo a caminhada., deparo –me com a mesa de café da casa de Roberto Rego, pãozinho de queijo, chá mate. Minas também. E me vem a cabeça. Será que nesta mesa tem cajuína? A bebida destilada feito do caju, fruta abundante no nordeste. Do caju a polpa se come, se faz doce e cajuína e a castanha assada é uma delícia, dela se tira também industrialmente o óleo e outros elementos utilizados em resinas, vernizes e detergentes, dentre outros.
Este Brasil enorme, de clima, cultura, costumes, linguajar, alimentação diferente é intrigante, é misterioso, quero conhecê-lo todo, desbrava-lo! Cada uma das regiões, quero descobrir suas peculiaridades.
O Sapoti. Ah! O sapoti. Fruto do sapotizeiro, árvore frutífera própria das regiões ensolaradas. Joel acha que você não conhece. Fruta adocicada de casca fina, cor amarronzada. Daqui eu estou vendo no meu pomar a planta chamada de exótica “O sapotizeiro”, balançando seus galhos pelo vento que já chegou da praia, está carregado de frutos, prontos para serem colhidos.
No nordeste temos o sapoti, o caju. Quem quer trocar por morango? Ou pinhão? Que gosto tem o pinhão? E o caqui de onde é? Araçá também não tem no norte deste lindo Brasil. Mas temos pitanga, murici, buriti.
Este Brasil, brasileiro tão grande, tão extenso na internet se reduz. As distâncias ficam perto. Falamos em tempo real. Aqui estou aprendendo os costumes, o clima e cotidiano dos irmãos recantistas, do norte, do sul, do centro e do sudeste, do leste e oeste, de todo o país.
Aqui trocamos conhecimentos, costumes e livros. Quanto a tecnologia avançar mais, a gente quem sabe poderá trocar frutas e guloseimas próprias de cada região em tempo real, através da tela da internet. Quando isso for possível na mesa de café do Rego vai faltar pãozinho de queijo. Pãozinho de queijo mineiro, quem dispensa!