Imagem do Google


    Imagem não é tudo
 
 
  
Ao contrário do que reza a mídia, interessada nos potenciais e astronômicos lucros envolvidos, penso que cultivar a imagem acima de tudo é deveras perigoso. Exemplos de destruição explícita e fulminante da “bela” imagem construída ao longo de anos seguidos são mostrados todos os dias, inclusive perpetrados pelos próprios meios de comunicação que a criaram. “A mão que aplaude é a mesma que atira pedras” ou “por fora bela viola, por dentro pão bolorento” são citações da sabedoria popular que fazem alusão ao assunto.
 
   O que vemos diariamente é estarrecedor e capaz de corromper as mentes imaturas de nossos sequiosos jovens, ávidos por 15 minutos de fama ou pelo sucesso fácil, desacompanhado de seu alcance pelo trabalho e esforço legítimos. A ordem dos fatores parece estar invertida: ninguém valoriza o crescimento pelo trabalho honesto, uma vez que o mesmo é frequentemente mal remunerado, mas sim a competição desenfreada, onde o galgar um degrau acima significa muitas vezes o passar a perna no próximo: leia-se reality shows ou similares.
 
   Em nome da imagem pela imagem, pessoas se submetem às mais absurdas situações sem pensarem nas conseqüências danosas de seus atos: cirurgias plásticas mil, à procura da “Barbie perfeita”, exposição íntima nos já ditos reality shows, vídeos na internet... Quantos não conhecemos vivendo de há muito apenas da imagem antes construída, vendendo seus direitos de propaganda, trocando sua alma por uns dólares a mais e engordando ainda mais os bolsos dos cafetões que os criaram, sugando até a ultima seiva de seu talento. O mundo do dinheiro rápido e fácil é perigoso e atrativo, que o digam os jogadores de futebol e de outros esportes de massa, artistas, músicos, modelos e tantos mais. E o que dizer dos rios de lucro rápido para alguns poucos tão talentosos quanto imaturos? “Dinheiro na mão é vendaval”? 
 
   O interessante é que estes mesmos “empresários” não aparecem à hora em que a derrocada vem à tona, deixando moribundos à própria sorte aqueles cuja fonte parece ter secado. Seu faro para aliciar e também para descartar é inesgotável. A fama também tem seu lado negro, onde se sacrificam a privacidade e a intimidade necessárias a qualquer um de nós, e muitos dos postulantes ao estrelato não estão preparados para tal. Separar com sabedoria a vida de ficção da vida real é tarefa para poucos...
 
   Portanto, apesar do cabelo do Cristiano Ronaldo ou dos seios da Larissa Riquelme, ouso acreditar que imagem não é tudo, pois nada resiste aos rigores do tempo. O que realmente importa e vale são o pensamento e a capacidade de discernir e realizar boas escolhas, colhendo gradual e lentamente os frutos, "vivendo um dia de cada vez", com tempo suficiente para se adaptar às novas circunstâncias de vida.
 
   Tente pensar então com sua própria cabeça, e não se deixe influenciar tanto pela mídia. Lembre-se sempre que puder das velhas máximas: “as aparências enganam” ou "nem tudo que reluz é ouro"!

Max Rocha
Enviado por Max Rocha em 16/07/2010
Código do texto: T2381204
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