CONVERSA DE POETA NO SEU MOMENTO DE SOLIDÃO
 


Problemas... Quem não os tem? Como resolvê-los é que são elas. Se fosse possivel eu gostaria de entrar dentro de mim, dialogar comigo no intuito de compreender as coisas que me afligem para as quais preciso encontrar solução. Na impossibilidade de tal, sou levada pelo dilema Kafikiano e me perco sem saber ao certo se sou EU o silêncio do OUTRO, se vivo num “mundo de imagens projetadas no espaço abstrato do pensamento” e o OUTRO é apenas produto da minha imaginação. Simplesmente não existe.

Conversa de poeta no seu momento de solidão, já que é dito que todo ser humano é um poeta trágico. Poeta, porque é iluminado pelo senso de beleza; trágico, porque é ensombrecido pela consciência de sua finitude


 E,  em nome da solidão sentida neste momento,  que do poeta maior me sejam emprestadas palavras suas para que eu possa escrever versos tristes esta noite...


Se você já não dorme, jaz;
se a música que ouvir é de uma tristeza sentida;
se você sentir o silêncio que cai sobre você;
se o seu coração fraqueja  demorando a batida;
se você deseja chorar e não consegue;
se o seu olhar se torna vago, preso a um ponto fixo;
se você espera sem saber o quê;
se você cansa dessa espera e sente a esperança indo;
se você começa a sentir o teu sentimento vazio
não se desespere, dê a batalha por perdida
e se a vida perde a graça,
paciência amiga,
de agora em diante você passará
a sentir sem saber o que sentir
e será apenas
“uma sensação sem pessoa correspondente”
Deita-te e espera que o teu
“cansaço entra pelo colchão dentro”
Mas  não espere morrer,
só o teu sentimento espere...

ESCLRECIMENTO: O poema acima transcrito é de minha autoria e tem  o título de "Batalha Perdida", apenas os versos "uma sensação sem pessoa correspondente" e "cansaço entra pelo colchão dentro"  são de autoria de Fernando Pessoa.
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 16/07/2010
Reeditado em 19/07/2010
Código do texto: T2380632
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