Transe Hipnótico

Estava lendo um livro outro dia (sim, eu sou sugestionável) e um pequeno trecho que eu li despertou umas idéias e imagens aqui comigo. Antes que se pergunte, não acabei de ler o livro; o estou guardando para uma viagem que devo fazer no final do mês e definitivamente preciso de companhia.

Mas o livro contava a experiência hipnótica que o personagem tivera vários anos antes do tempo presente do livro. Logicamente que, como bom deturpador e preguiçoso que sou, não vou me lembrar de todos os detalhes e como só estou usando como gancho não será tão importante assim ter os detalhes na ponta da língua. Se quiserem, que leiam o livro.

Mas nessa experiência hipnótica, o autor estava no meio de um palco mas achava que estava em um quarto totalmente fechado feito de pedra. Apesar de ter entrado por uma porta, ela desaparecera e agora não tinha como sair. Depois, ele foi salvo pelo hipnotizador que o puxou para fora diretamente através da parede de pedras, fazendo com que ele a atravessasse.

Pois bem porque estou falando tudo isso?

Algumas coisas me chamaram a atenção. Uma delas é que sempre que falamos em hipnose ou estamos criando bloqueios, como as paredes que não existem, ou estamos derrubando bloqueios que também não existem, como as fobias e traumas.

A outra coisa que me chamou a atenção foi o público que assistiu a tudo, não interferiu apesar da cena aparentemente ridícula de um ser se debatendo contra o nada. E no final, quando voltou ao “normal” o público o aplaudiu como herói, talvez até com uma ponta de inveja.

Aí eu começo a juntar essas partes com outras largadas dentro de mim e fico imaginando, plagiando o homem que sonha que é uma borboleta que sonha que é um homem sonhando (ou algo assim).

Quem somos nós, nessa universalidade desconhecida? Somos o homem hipnotizado que já fora livre e depois foi cercado de barreiras e bloqueios que acreditou verdadeiras para depois voltar à “liberdade”?

Ou somos a platéia, presa num mundo coerente onde admiramos quem consegue dele fugir, mesmo que só por uns instantes?

Ou ainda somos o hipnotizador que brinca com os poderes, quiçá sabendo o que está fazendo?

O que me interessa é entender que as barreiras devem ser derrubadas, e que talvez realmente estejamos num transe hipnótico coletivo e precisemos da mão do hipnotizador para nos fazer passar por paredes aparentemente sólidas.

É essa mão que procuro...

George Wootton
Enviado por George Wootton em 15/07/2010
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