O que fiz de mim?

Nem mesmo eu me olhando em um espelho sou o que sou. Ou seja, um reflexo de mim é o que eu vejo - este real imaginário. Pois quem vejo diante do espelho não sou eu concreto, mas uma imagem projetada de um ser que constrói, sonha, pensa, e imagina estar transmitindo esta projeção as outras pessoas. Será que as pessoas nos enxergam como nós nos vemos no espelho? E o que nós emitimos do ponto de vista emocional, intelectual? Como me relaciono com a sociedade? Como pessoa que sou, que construção fiz de mim e que personalidade eu criei?

As distorções transmitidas no espelho, para quem capta nossa imagem, não passariam meramente de aspectos subjetivos do analista com relação ao concreto que nós assumimos, o qual faz parte do circulo social que freqüentamos. Portanto uma questão de gosto pessoal, independente de modismo e tendências. Cada um constrói a sua imagem de acordo com seu bem estar.

No entanto, o aspecto crucial, fundamenta-se na criação da personalidade que eu escolhi. Neste tópico volto a questionar: os porquês de existir pessoas tão fracas e arrogantes, se são livres para agir e optar. O que leva algumas pessoas a serem conhecidas pelos seus atos maldosos, enquanto outras pelos feitos humanitários, pela alegria que contagia quando conversamos?

A resposta pode estar contida em múltiplos fatores: hereditários, culturais - a influência social – a família; a crença em conduta divinal opondo-se a descrença total ou meramente um capricho para satisfação do ego. O que sabemos é que na distinção de ambos, inconsciente ou consciente, na moldura da personalidade, nós somos o construtor da própria realidade, nós colhemos o bem e o mal de acordo com os atos praticados.

Como exemplo: não seria difícil lembrar de pelo menos uma pessoa que conhecemos que impões sua opinião forçadamente, comanda grupos de pessoas como verdadeiros carrascos, abusam de seus poderes, donos de si e de sabedoria fraca, de arrogância extrema, convicto de que é melhor do que os outros. Dotados de um falso conhecimento que até a si engana. Pessoas que passam uma imagem perfeita e completa de um ser anti-social. Conhecidos pela ignorância e todos seus aspectos negativos.

Por outro lado, quantas pessoas não conhecemos, a qual, nos envolve de serenidade, tranqüilidade e paz. Ficaríamos horas e horas conversando sem nos cansarmos, ou então, horas e hora sem falarmos nada, sem cobrança, bastaria estar ao seu lado, tal é a energia irradiada por ela, que nos fortalece e faz repensar nossa conduta como ser humano e nossa criação da personalidade.

Somos livres para escolher nosso caminho, para construir a nossa vida, desvincular do maniqueísmo, pois as vertentes não são os extremos, entre as duas pontas existem infinitas possibilidades, alternativas a qual pode se fazer uma equalização de valores, ser respeitado e amado ao mesmo tempo, são valores merecedores de meditação, para a construção de uma personalidade, bastando a opção do que cada um quer fazer de si. Olhar no espelho e não ver apenas uma imagem refletida, mas uma aura iluminada.

Edson Alcarde
Enviado por Edson Alcarde em 15/07/2010
Código do texto: T2379048
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