Bolada dolorida
Quando eu era adolescente, juntava com um grupo de amigos, vizinhos de minha casa, para jogar bola na rua. A bola, nem sempre era tão bola assim. Improvisávamos qualquer coisa.
Jogávamos também bete. Uma brincadeira de rua, a quatro pessoas, dois de cada lado.
Para quem não conhece: É usado uma bola de borracha, um joga a bola na direção do outro, que deve rebate-la com um taco, arremessando-a para mais longe possível. Enquanto um sai correndo para buscá-la, os dois do taco fazem pontos.
Bom: Estávamos jogando com uma bola de gude, mas grande, grandona, bem maior que uma bola de pingue-pongue. Difícil de encontrar. Mas era uma dessas que estávamos usando.
Eu a joguei na direção do meu adversário, ele errou a tacada e a bendita acertou exatamente no tornozelo do coitado, ali de lado, onde tem uma espécie de caroço.
Pense um garoto se contorcer de dor. Pensei que ia desmaiar. Putz, fiquei penalizado com ele. E com uma baita dor de consciência, afinal fora eu que atirei a bola.
Minha mãe apareceu meio que do nada, junto com a mãe dele e viram aquilo e souberam que a tacada foi minha, e vieram logo me repreender. “Como eu faço aquilo com meu amigo!”. (Já perceberam que mães são meio bruxas? Sempre aparecem nas horas críticas.)
Ainda bem que o próprio, cambaleando e gemendo de dor me defendeu, dizendo que fora apenas um acidente,que eu não fizera por mal, eu não tinha culpa.
Meia hora depois estávamos novamente praticando o esporte, porém com muito mais cuidado.
São as peripécias de criança, bons tempos que ficam guardados na memória.