Por que as mulheres se irritam?
A irritação das mulheres chama atenção. Não existe apenas um tipo de mal humor. Existem vários tipos. Com certeza, as mulheres mais chatas demonstram-o com mais facilidade. Mas, existem outras irritações, menos agressivas e ao mesmo tempo mais escandalosas. Essas, particularmente, me chamam atenção.
Algumas vezes a mulher chega em casa, vê o marido prostrado no sofá. Passa por ele, o cumprimenta, com a cara fechada e se dirigindo a cozinha olha e ver dois copos e um prato sujo. Ali, então, inicia-se a batalha infindável. Ela, logo de início, escancara seu mal humor. Reclama que o marido é incapaz de fazer as atividades domésticas; que ele fica dormindo no sofá; que não ajuda nas tarefas do filho; lhe cobra, se ele mandou consertar a pia do banheiro. E, por aí, vai um desarranjo verbal que não termina.
A pergunta que fica no ar é: por que tudo isso?
Claro, uma mulher assim, não faz essa cena à toa. Muito provavelmente, esse companheiro, que ela possui em casa, é muito mais um companheiro, que somente acompanha tudo, do que verdadeiramente uma companhia. Aí, portanto, está um primeiro problema. Este homem que está ao lado desta mulher não é aquilo que ela desejou em sua vida. Ele é um homem. Tem seus defeitos; provavelmente também qualidades. Mas, no momento em que a senhorita adentrou a casa, o barco afunda, já que ali, estirado no sofá, feito um morto-vivo, está o homem que ela desejou. Está o homem que ela se entregou, na sua primeira relação sexual. Ali, deitado, impotente diante da vida está o homem que ela chamou de meu amor. Está o homem que ela sonhou dias e noites; está o homem que lhe fez mulher!
Portanto: como pode aquele homem do passado, ter passado? Tudo ficou para trás?! Será que foi embora aquilo que tanto desejei? Perdi?! Essas, certamente, são encabulações que passam pela mente da senhorita, embora, muito provavelmente, ela nunca nem saberá na vida, sobre essas incomodações.
O que convém dizer aqui, é que essa situação seria muito melhor resolvida, se o gesto do homem impotente, fosse de potência. Ou seja, se ao invés de ele ficar deitado num sofá – semi-morto – que recebesse sua mulher depois de um dia longo de trabalho. Que, à sua entrada, lhe desse um beijo de boas vindas. Porque sempre há boas vindas. Todo dia, é sempre um "novo boas vindas" – boas vidas – que devemos nos comprazer. O cumprimento da esposa, na entrada, é para garantir a confiança no casal. É para mostrar respeito pela entrada, daquela que não é estranha ao entrar no lar. E também não é simplesmente “chegada no ambiente”. Ou seja, nem se pode ser indiferente demais com a esposa, menos ainda ser chegado demasiadamente. O excesso de frieza demonstra antipatia pelo Outro. O excesso de intimidade, demonstra imoralismo. A boa medida de um relacionamento é saber que, existe um meio termo; que se deve respeitar a esposa – sua mulher – pelo tempo de serviço que ela ficou fora do lar. Pelo tempo que ela se dispôs a ir trabalhar, para ajudar a construir aquilo que é “parceiramente” entendido como casamento.
E, mais do que isso: ao se tratar a mulher que adentra a casa como esposa, lhe cumprimentando e lhe beijando, na entrada e na saída, se está demonstrando o carinho necessário para uma relação de uma casal interessante. Porque, atrás da esposa, existe sempre àquela que é a mulher daquele homem. E aquela mulher – do passado – é sempre essa moça do presente. É esse amor, do agora, que todos os dias se renova.
Feito esse cumprimento com gentileza e carinho, certamente se evitará barraco. Porque somente se afunda em mágoas, quem está no fundo; sem fundamento no amor!
Todos os problemas da pia, pratos e cuidados com o filho, deveriam ser substituídos por: “Por que você não me ama todos os dias?”. “É só isso que quero!”.