Triste Realidade Alagoana
Em verso e prosa, vivo sempre a cantar as belezas de Alagoas, seguindo o que disse João do Vale: “Todos cantam a sua terra, eu também vou cantar a minha.” E escolhi falar sobre as suas belezas naturais, como praias e lagoas. É aqui que moro há 38 anos, pelo que também posso dizer “minha Alagoas”.
Lamentável é ver a sua triste realidade, quando o assunto é desenvolvimento social e econômico. Mais uma vez, as manchetes apontam Alagoas como a campeã em pobreza, depois de já haver divulgado também o seu destaque em analfabetismo, violência e corrupção. Se analisarmos seu potencial, pelo que seu rico solo pode nos dar, diríamos como disse Pero Vaz de Caminha: “Aqui, em se plantando tudo dá.”
Segundo um economista que hoje se pronunciou sobre o tema, o problema não está na falta de produção, mas em sua distribuição. O bolo está sendo mal dividido. Poucos com muito e muitos com pouco. O Estado também é campeão de concentração de rendas. Então, invertendo o dito popular – “o buraco é mais embaixo” - podemos dizer que “o buraco é mais em cima.” Estão aí os exemplos decorrentes da tragédia das enchentes, quando aproveitadores se apresentam como salvadores da pátria e abocanham a maior fatia do bolo, deixando migalhas para os mais necessitados. Pessoas que vieram de fora para socorrer as vítimas se dizem decepcionadas com o que viram aqui, estarrecidas com o tamanho da corrupção, numa hora em que a solidariedade humana deveria estar acima de interesses próprios. Infelizmente a maior pobreza aqui é a pobreza moral. Chega de corrupção.