O grande espetáculo e a farsa maior por debaixo dos panos

O grande espetáculo e a farsa maior por debaixo dos panos.

(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.

O sonho da Copa do Mundo acabou. Encerrou, foi pro beleléu. Na verdade, escafedeu-se com a série de besteiras feitas pelos nossos pernas de pau! Ficou no ar, entretanto, uma pergunta chata que não quer calar, e, acreditamos, ainda deve estar engasgada na garganta de muita gente: seria sonho mesmo, ou um circo engenhosamente bem armado?

Visto pela ótica séria do jornalismo profissional, já era de se esperar o resultado. Quando a Copa começou, sabia-se, de antemão, que o Brasil não traria a taça, e sim uma traça encontrada num dos tapetes de um dos muitos hotéis luxuosos onde a Seleção ficou hospedada. Para os nossos garotos, voltar para casa com o rabo entre as pernas e um ovo na boca, seria apenas questão de tempo. A estratégia armada pela FIFA (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FILHOS DA PUTA ARMADORES) estava programada há tempos. Por isso, as previsões (encomendadas, claro, como as pesquisas eleitoreiras da guerrilheira Dilma e do ET de Varginha José Serra) aos astrólogos, numerólogos, buzistas, tarólogos, espertólogos, safadólogos e matemáticos deram com os burros n’água, como, igualmente, foi o caso do ilustre conhecedor das artes ocultas, Roberto Vital, que apareceu no programa da Ana Maria Braga e falou não só pela boca como também pelos cotovelos.

Com relação a figura do cidadão Carlos Caetano Bledorn Verri (o Dunga), se não seguisse literalmente as regras, seria massacrado. Aliás, diga-se de passagem, mesmo cagando um quilo certo, aqui em Johannesburgo, antecipadamente alguém já havia pedido a sua pele. E estejam certos, não foram os cachorrinhos simpáticos do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, para quem um imbecil de um moleque de 17 anos de idade alega terem sido jogados os restos mortais da modelo Eliza Samudio. Por essa razão, depois da “falsa derrota”, e, antes de desembarcar no Brasil, o gaúcho de Ijuí, numa prévia aos repórteres grudados em seus calcanhares anunciava que renunciaria imediatamente ao cargo. Vamos abrir aqui um parêntese para esclarecer um ponto fora de foco. Todo treinador quando assume a difícil tarefa de preparar a seleção sabe, de antemão, - como o peru, que vai morrer na véspera - que seu reinado terá as pernas curtas, e, de contrapeso, as penas também, como foi o caso dos antecessores, as figuras pitorescas de Sebastião Lazaroni, Paulo Roberto Falcão, Carlos Alberto Parreira, Zagallo, Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari, entres outros, observando que essa listinha começou em 1914 com o Rubens Salles e Silvio Lagreca. Com o velho Dunga, portanto, não seria diferente. Fecha-se o parêntese. Pois bem.

Toda essa embolada, esses jogos recheados de falcatruas, de sacanagens e armações, fazem parte do esquema. Um esquema tático que movimenta milhões e milhões de dólares. Copa do mundo, meus amigos, para quem não sabe - nada mais é que um grande cassino, iguais aos existentes na maior cidade do estado americano de Nevada, Las Vegas, com suas roletas, cartas, caça níqueis, suga dólares, pega otário, limpa bolso e outros joguinhos de cartas marcadas. Traduzido em miúdos, isto quer dizer o seguinte: antes do primeiro jogo ser televisionado, já se sabia quem deveria ou não sair vencedor. Devemos deixar claro, que existe uma série de interesses, e obscuros correndo paralelamente a Copa oficial – ou melhor -, a Não Oficial.

A Não Oficial é aquela que o povo tem livre acesso. A que o idiota que está em casa assiste com a família. Para apimentar a fraude, no dia em que o Brasil entra em campo, a coisa piora um pouco. A seleção ganha uma, ganha duas, ou três partidas, se classifica para as quartas, oitava, nonas, e, depois, os torcedores saem para as ruas com a franga solta, ai incluindo as vunvunzelas, camisetas, e outras dezenas e dezenas de quinquilharias postas a venda pelos espertalhões que investem num mercado pior que o cambio negro. Este cambio é tão sem luz quanto o caminho que desemboca no inferno.

A Copa Verdadeira, aquela que ninguém vê, que ninguém penetra, a que só os cabeças da FIFA têm acesso, então aflora com força total. Cria vida, forma, se destaca e arrebenta. Rebenta a boca do balão. Notem meus amados, que não tem nenhum patrocinador desconhecido. Citando apenas alguns, como ilustração, Kaiser, Bradesco, Itaú, Adidas, etc, etc, etc...

Em trilho igual, os países que participam, o fazem comandados por um emaranhado de fios invisíveis. São meras marionetes. E os Pimpinones da vida (Pimpinone é aquele personagem vivido pelo ator João Acaiabe na novela “Uma Rosa com Amor”, do SBT) movem a coisa de maneira tão lógica, tão certa, tão bem ensaiada, que a ralé miúda que está do outro lado do mundo torcendo, se descabelando (uns até sofrendo ataques do coração e partindo para a cidade dos pés juntos mais cedo), acredita piamente na encenação. Acredita, evidentemente, com amor, com fé, patriotismo, ainda que barato, com perseverança, o que, no geral, dá uma pena enorme, depois, exatamente no ponto em que a máscara cai e ele, o pobre e sofrido torcedor toma na cabeça e dá de cara com a realidade brutal e descobre que tudo não passou de mera fantasia. É isto meus amados, que leva o país inteiro a se fantasiar de imbecil, a vestir a camisa verde amarela, meter a boca na irritante da vunvuzela: o sonho, a fé, o desejo oculto de trazer uma merda de uma taça. Tudo isto que vemos pela midia em geral, nada mais é que uma novela com final previsto, com capítulos escritos por mãos hábeis, com participantes bem ensaiados, os figurante colocados no lugar certo, obrigados a falarem essencialmente o que está no script. Em outras palavras, pura ilusão. Falso brilhante.

Prova maior, ficou visível para o mundo inteiro que estava ligado nas telinhas e telões. Quando a Holanda entrou em campo, o técnico Bert van Marwijk já sabia qual seria o placar. Por isso seu semblante, durante os 90 minutos não sofreu nenhum abalo, nenhuma rusga de insatisfação, ao contrario do nosso treinador que por pouco não foi parar no SUS (SISTEMA ÚNICO DE SUFOCO). Mesmo no primeiro gol marcado aos 10 minutos. Ele sabia que mandaria o Brasil de volta, apesar das falsas profecias ventiladas pelas figuras carnavalescas dos senhores Marcus Vinicius, Roberto Vital, Paulo Vasc e a não menos simpática numeróloga Maria Pusguet, entre outros adivinhadores de meia tigela. O engraçado é que esses "enganadores de trouxas" não adivinham os números que vai dar na loteria, para eles proprios jogarem e ficarem ricos...

Apesar dos pesares, o grande espetáculo que assistimos, retorna daqui a quatro anos. Dentro de 1460 dias vamos estar no Rio de Janeiro, em Salvador, em Belo Horizonte, pagando um novo ingresso, sofrendo, horrores para ver os ex-meninos de Dunga nas mãos de um novo palhaço metido a técnico tentando conquistar o hexa. Meu Deus, hexa só o que me faltava.

(*) Aparecido Raimundo de Souza, 57 anos é jornalista.

De Johannesburgo – África do Sul

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Aparecidoescritor
Enviado por Aparecidoescritor em 14/07/2010
Reeditado em 14/07/2010
Código do texto: T2376247