Agosto.

Agosto é o mês do desgosto, o mês da desgraça e o mês do cachorro louco. Os gatos também se enlouquecem em agosto. A maioria dos animais, e os homens principalmente.

O mês de agosto é uma tremenda loucura, digno de inspiração a poetas e visionários de estrada.

As estatísticas indicam que a maioria das pessoas morre em agosto. Não se sabe ao certo o mistério desse mês tenebroso, mas o fato é que existem histórias que fazem arrepiar até os cabelos do rabo.

Não nasci em agosto, mas pretendo morrer em agosto, num daqueles secos e funestos. Em agosto não se ama, se bebe como se fosse o último dia e as relações com as demais pessoas se acentuam de modo conflituoso.

A economia é escasa e as contas não param de chegar. Há prazos e relações a cumprir, mas falta esperança para agir. Não vemos a luz no fim do túnel, como as pessoas proclamam aos berros apõe saírem de uma situação comatosa. Não vemos esperança no ar. É uma desordem o mundo dos agostos, com as poeiras e ventos tomando conta de tudo e de todos. As mentes falham feito máquinas frágeis e simplórias, compostas apenas e miseravelmente para determinadas situações ignóbeis.

Não sei quantos agostos ainda a humanidade suportará. O que se sabe é que as covas se tornam mais profundas e infestadas de insetos quando visualizados sob a ótica de um agosto.

Os casais se casarão, viverão e se afundarão no ostracismo..., a gosto de Deus...

Cristiano Covas, julho de 2.010.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 13/07/2010
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