Que desrespeito Dunga, ô loco meu!
Que desrespeito Dunga, ô loco meu!
Por Abilio Machado
Fico pensando no que vi, no que senti, no que aconteceu...
Uma seleção levada aos contra, sim, dunga teimoso como todo gaúcho que se presa contestou a todos os jornalistas que tentaram alertá-lo que deveria levar jovens em condições, porém inexperientes a seu comando, mas como o seu trabalho não era futebol e sim reorganizar a mentalidade de acesso de jogadores à mídia e acesso da mídia a seus jogadores em horários inoportunos e comprando notícias meio a migué em troca de alguns poucos segundos de mídia gratuita. E lá foi ele, prepotente em seu casado negro de botões transpassados e cabelo estilo militar soviético que me faz lembrar muito aquele personagem de streat fight...
Um time que me deixou meio que perdido, pois minha ignorância de futebolês me induz a perguntar a mim e receber de mim algumas inalteradas respostas às vezes absurdas, poxa se um jogador está machucado eu vou convocá-lo para ganhar tratamento médico gratuito apenas, pois não vou poder utilizá-lo e se utilizá-lo vou ter que engolir a mesmice de que no próximo jogo vai estar bem, depois no próximo e próximo e volta para casa, alguém me responde por que levaram o Kaká pelamordedeus?
Outra que fica é o caso Filipe Melo, que raios de ‘caso amoroso’ é o que parece para que justifique do cara mesmo estar errando durante o jogo todo, parecia estar preocupado com a menstruação atrasada e eu (Dunga) como treinador tiro o outro eu servia de ligação já que me faltava um bom volante e não ele que já a muito levantava-se a questão até quando ele vai manter a cabeça e controle, cogitou-se na roda de bola aqui da vila se a visita do Cury não seria só para fazer um trabalho de contenção a ele que pela sua ficha técnica nos times que passou tinha uma carreira longa de perturbador de canelas alheias; entendo o que este camarada de cabelos arrepiados estava tentando fazer, já tive em minhas asas meus pupilos prediletos e tentei fazê-los voar e como Dunga me ferrei nesta confiança, traíram-me também, deram para traz, me deixaram na sarjeta, me roubaram ao amanhecer... Felipe Melo deve ter causado esta sensação ao ‘professor’ que nele apostou a própria carreira... Pois como aos meus a ele roubou a carteira, um bom salário, hotéis e viagens pelos países a sondar possibilidades além do sonho de taça na mão, o pior ainda foi não reconhecer que naquele fatídico dia sua vocação era ter ficado no hotel dentro da piscina ou recebendo massagens...
Até aí tudo bem...
Mas o absurdo acontece: O DESRESPEITO, o nosso treinador ao encerramento da partida dá literalmente as costas aos seus jogadores e recolher-se, o caráter mesmo que concorde com ele que nossos gladiadores não se esforçaram ao além, poxa eu já joguei semifinais, tenho uma boa penca de medalhas e troféus com a First Eletro e com os Medonhos e um punhado de Biscuit com a molecada da Vila Silka em meus tempos que não era o Poetha e sim o pequeno gordo Bilo... Cair sim, mas em pé, lutando com garra... E eu não vi! Mas vi o professor abandonar seus alunos, perder em caráter e atitude ao hermano Maradona que entrou em campo e abraçou um a um seus comandados, ficou lá segurando as lágrimas e oferecendo os braços e o ombro aos que sentiam, alguns de nossos jogadores sentiam, aqueles menos materialistas que sempre sonharam jogar com a camisa representando um país, sentiam, mas cadê o ombro amigo?
Foi badalado o workshop de Cury e seus impulsos motivacionais, percebi que não fez o trabalho por completo, devido à desmantelação do emocional depois dos gols recebidos, era como se marcar gol não fosse possível, que fosse um desrespeito, e desrespeito foi não ter lutado, exemplo a ser dado e que não foi dado...
E que dizer do presidente da CBF? Despedir alguém por telefone, com nota em site? Caramba que agradecimento foi este pelo trabalho desenvolvido nos quatro anos? A paga é essa? Deveria ser mandando embora até mesmo quem escolheu a equipe não é mesmo seu Teixeira?
Como posso aceitar isso?
Como posso falar a meus alunos que devem respeitar seus colegas, a meus filhos que devem me respeitar se seus ídolos fazem um absurdo desses, meu ídolo Dunga faz uma atitude dessa, me faz morder a língua, pois não gostava, confesso, de Diego Maradona, achava-o sempre arrogante em relação ao futebol brasileiro, mas aí vejo ele tomar uma atitude de homem, de líder, de professor, de paizão... E encontrar em mim agora um admirador seu.