O GOLEIRO BRUNO
Ele tinha uma brilhante carreira pela frente. Ídolo da maior torcida do Brasil. A nação Rubro-negra via as suas defesas, muitas destas que lhe deram títulos. Que o diga o Botafogo.
Além de ídolo (embora houvesse momentos de amor e ódio) era o capitão do time, referencia para muitos, alguns até o queriam na seleção (inclusive eu).
Ídolo, goleiro, capitão, fama, prestígio... Mas, talvez, não sabendo controlar a fama, ou talvez um psicopata frio e calculista. Sobre esta questão não quero julgar. As minhas palavras serão em cima dos fatos.
Casado, jovem, pai de duas lindas meninas, dinheiro, cogitado por grandes clubes da Europa, sem contar a parte de estar no clube mais querido do Brasil.
Mas agora o que lhe resta? Um ambiente de três paredes (pois a outra é uma grade de ferro). Nome jogado no lixo por causa de situações adversas de paternidade.
Paternidade. Se ele tinha tanta certeza de que não era o pai, que problema teria em fazer tais exames genéticos? Medo de uma pensão de alguns mil reais? Que falta lhe teria para quem ganhava tanto?
E o que lhe resta agora? Carreira marcada, imagem destruída, dinheiro ruído. E que culpa tinha aquele bebê? E que culpa tem as duas filhas? Uma de quatro anos e outra de dois, dois aninhos de idade. Que sentimento elas devem estar sentindo diante deste caso? "Tia, o que o meu papai fez?"; "Vó, quando eu vou ver o meu papai?"; Madrinha, por que tanto policial?"...
Será que ele pensou somente na sua imagem? Não! Acho que não, pois a sua imagem não existe mais. Não é mais o grande goleiro Bruno, é simplesmente o Bruno.
Ele não pensou na família quando se envolveu com esta Elisa; ele não pensou na família quando tentou um aborto; ele não pensou na família quando a agrediu; ele não pensou na família quando participou (direta ou indiretamente) da morte de Elisa.
Membros lançados para os cães? Isto é hediondo, bárbaro e covarde... Aquela imagem de um “herói" rubro-negro, levantando a taça de campeão é modificada para uma imagem onde se ver um homem de roupa de presídio, almejado, num corredor... Não era o túnel do estádio a caminho de uma batalha esportista. Entrando num carro (não era o ônibus da delegação de um clube de futebol, nem avião indo para mais uma partida). Era uma viatura.
Não tinha mais o maracanã lotado, uma nação inteira de fanáticos rubro-negros gritando, chorando de alegria, dedo cruzado, unhas roídas, fazendo figa, rezando, orando, mãos dadas, de olhos fechados ou arregalados, sérios ou aflitas, apreensivas, sentadas ou em pé, de frente ou de costas, no colo, nos ombros, prontos para soltar o grito de campeão e... Bruuuuuuuuuunnnnnooooo!
A nação Rubro-negra solta do peito o grito de campeão, graças às defesas incríveis. Porém, esta imagem se transforma num dolorido (para quem tem coração de carne e não de pedra de psicopata) grito de: Assassino! Assassino! Assassino!
Mas neste momento não penso na imagem do "herói" goleiro e sua promissora carreira; não penso na imagem do clube mais querido do Brasil e sua imensa torcida (inclusive eu); não penso na repercussão mundial, muito menos nas chocarrices nos sites de relacionamentos (que por sinal é uma tremenda falta de respeito com a dor de uma família fazer gozações com algo tão hediondo. É tão assassino quanto) O que de fato eu penso é nas três inocentes crianças: 5 meses, 2 anos e 4 anos de idade... O que o futuro tem reservado para elas? E na escola? "Ei menina, teu pai é um assassino!" Isto deve doer.
Derretendo em lágrimas eu oro para que Deus apenas tenha compaixão destas três crianças e que a verdade seja revelada.
*** Pseudonimo: John Peter Parker / John Lion
***By: Jonatas Alberto
***msn: jonatasalberto@hotmail.com