SOBRE A COPA

Final de Copa. Resultado justo: Espanha campeã. A estratégica Holanda não suportou a perfeição do toque de bola espanhol. Quanto mais jogos vi, mais tive a certeza de que a Seleção Brasileira, pentacampeã para sempre (pelo menos é assim que se comporta), tem muito a melhorar. E por incrível que pareça arrisco a dizer que não é dentro de campo, mas fora dele. Não é em plena Copa, mas antes dela. O Brasil perdeu 50% da Copa antes do Mundial começar. Dunga teimoso, Kaká bichado e apenas Lúcio com fome de jogo não poderia ser outra coisa a não ser o fiasco que foi.

Mas vamos falar de quem jogou bola nessa final histórica. Holanda e Espanha. Dois times ávidos pela taça. Desde sempre notou-se isso. E notou-se também com a Alemanha, a Argentina e até com Gana. Os espanhóis quiseram, lutaram, mereceram... ganharam. Resultado óbvio para uma equipe que tem a humildade e o sentimento de batalha nos pés. Sem afobação e desespero de quem não pode perder, mas também sem a apatia de quem não aceita um revés. A Espanha soube, dentro de campo, controlar essas emoções tão próximas da nossa Seleção e sufocou a Laranja Mecânica.

Também se a Holanda tivesse ganhado teria seus méritos. E méritos justos. Afinal, foi uma equipe que também levou a Copa a sério. Estratégica, focada, organizada. O pecado? Talvez ter incutido neste 11 de julho um favoritismo ainda precipitado. Dava para ver nos rostos dos jogadores a decepção de quem já se via com a taça na mão. Mas, assim como os espanhóis, jogaram, lutaram e buscaram o tempo todo imprimir a marca laranja nessa Copa. Não deu. Fazer o quê? Alguém tem que ganhar e, para isso, alguém tem que perder.

Que o Canarinho tire uma lição desta Copa, já que não aprendeu em 2006: futebol se ganha jogando bola e não admirando o próprio currículo. Mas vamos relaxar. Afinal, o tão simpático polvo acertou! Será que algum amigo dele vem pra cá em 2014? Se Ricardo Teixeira continuar na CBF vai ser fácil esse molusco, desde já, excluir da sua escolha uma certa seleção. Adivinha qual?