Entardecer na Alhambra

Tomei conhecimento da Alhambra quando fiz o meu curso de Espanhol. Ao estudar a língua de Cervantes, impressionou-me aquele complexo de palácios e jardins de beleza indescritível!

Depois, ouvindo Nana Mouskouri cantando “Recuerdos de la Alhambra”, viajava, imaginando aquelas maravilhas...

Agora, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente esse local que durante tanto tempo povoou meus sonhos.

Chegamos de trem a Granada em torno das três horas da tarde. Tomamos um táxi até o hotel, rapidamente deixamos ali as malas e saímos em busca de outro táxi. Nas imediações do hotel, surpreendeu-me a total falta de táxis circulando nas ruas. Mesmo o ponto de táxi estava vazio. Depois de algum tempo sem que passasse um só táxi por nós, perguntei a uma moça como fazer para tomar um táxi ali, e ela me disse para pedir um por telefone. Entrei num restaurante, pedi ao garçon o número do telefone do serviço de táxi, e liguei do meu celular. O carro chegou dentro de dez minutos, e fomos direto para a Alhambra.

Chegamos ao portão da Alhambra às 16:00 horas, compramos os ingressos, e o porteiro nos advertiu que tínhamos até as cinco e meia para visitar os palácios, os jardins e o Generalife. Depois deveríamos estar em frente ao palácio principal.

Ansiosamente, fomos caminhando pelos jardins que dão acesso aos palácios, alamedas marginadas por ciprestes e ladeadas por bancos. Fomos gradualmente sendo contaminados pelo clima mágico do lugar. A cada passo, penetrávamos num passado muito distante, entre os séculos XIII e XV, quando foram construídos os palácios reais Nazaríes, jóias da arte árabe-granadina, com seus pátios, jardins, piscinas e fontes.

À medida que a tarde avançava, éramos envolvidos por aquele ambiente maravilhoso e íamos ficando deslumbrados com o que víamos... Salas cujas paredes exibiam detalhes incríveis, pátios de sonho, com fontes idílicas e lagos que mais pareciam espelhos.

O céu começava a adquirir os tons vermelhos que tanto encantaram os reis nazaríes que em outros tempos ocuparam esse lugar e aí construíram esse recanto de beleza ímpar ao pé da Sierra Nevada. O sol, caindo no horizonte, deixava-nos emocionados com a mágica que realizava naquele entardecer que nos remetia aos nossos sonhos mais lindos. A respiração parecia parar na garganta a cada curva, e boquiabertos, imaginávamos como teria sido viver ali em outros tempos.

Vinham à memória cenas vistas na infância em inúmeros filmes espanhóis, que já naquela época estimulavam a imaginação e suscitavam desejos de um dia visitar aquele país mágico, sempre pontuado por músicas lindas que enaltecem as suas maravilhosas cidades: Valencia, Sevilha, Granada...

E custava acreditar que estávamos em Granada, mágica cidade que guarda a magia moura, principalmente naquele lugar encantado .