SOMOS O QUE SOMOS PELA GRAÇA DE DEUS E DOS IRMÃOS
S. Filipe de Nery ao caminhar pelas ruas de Paris, avistou condenado ladeado de polícia e exclamou com gratidão: “ Este que vai ai podia ser eu, se não fosse a graça de Deus.”
Somos o que somos pela graça de Deus e dos irmãos.
Os pais que tivemos, os professores que nos orientaram, os amigos que possuímos, as oportunidades que surgiram, moldaram-nos no que somos.
Por certo podemos procurar as veredas que nos levam à meta, mas os caminhos não se abrem por acaso.
Se escrevo esta crónica devo a meu pai, que era jornalista, e igualmente a tantos escritores, ensaístas e filósofos, cujas obras li e reli desde a meninice.
Somos eternos plagiadores. Nascemos demasiadamente tarde para sermos originais. Tudo que pensamos, escrevemos e opinamos, ainda que nos pareça original, já outros escreveram e pensaram antes de nós.
Diz, com razão o Eclesiástico: “ Nada de novo há debaixo do Sol.”
Somos devedores aos que nos antecederam. As grandes descobertas que alteraram o destino do mundo não teriam surgido senão houvesse infindável cadeia de cientistas que ao longo de séculos foram transmitindo, uns aos outros, o conhecimento.
Naturalmente pode-se escolher os amigos, local onde vivemos e o curso que concluímos, mas a escolha resulta da educação que recebemos, dos livros que lemos, dos amigos que temos e dos familiares que vivem connosco.
Somos o que somos devido à sociedade que integramos, às obras que lemos, aos jornais e revistas que compramos, aos amigos que possuímos, aos filmes que assistimos e aos comentaristas que ouvimos na rádio e TV.
Pensar o contrário é não entender a influência que a sociedade exerce no nosso modo de pensar. É não perceber o poder da mass-media.