A Teoria da Copa do Mundo - Por que da final entre Holanda e Espanha?

Teoria sobre a Copa do Mundo - O curioso circuito de resultados das Copas.

A análise tomou como base as expectativas e conversas ouvidas em mesas de bar, opiniões de amigos e usando dados numéricos e noções de série histórica e Teoria dos Jogos. Os dados, porém, não são tecnicamente consistentes. A Análise não é científica, foi feita com base em raciocínio lógico e conceitos.

"""O próximo campeão da Copa do Mundo, em 2010, será a Espanha."" Segundo o resultado na análise efetuado abaixo:

Nos últimos anos a Espanha teve uma excelente participação no futebol mundial, liderando o ranking da FIFA, sendo ainda a atual campeã européia (conquista realizada em 2008). A priori, teria condições técnicas e políticas para levantar o caneco em 2010. Por outro lado, há uma razão histórica para isso (estatística):

Desde 1966 há uma freqüência entre países tradicionais do futebol mundial que ganham copas quando sediadas em sua "casa". Com exceção das copas de 1990 e 2006 onde pode ter ocorrido uma inversão nos resultados. Em 1966 a Inglaterra sediou a Copa do Mundo e sagrou-se campeã (pela primeira e única vez até hoje). Em 1974 ocorreu o mesmo com a Alemanha. Em 1978 a coincidência ocorreu com a Argentina (país sede). Em 1998 o mesmo aconteceu com a França. Portanto há quatro casos em 32 anos em 4 Copas do Mundo. O curioso seriam os casos de Alemanha e Itália: em 1990 a Alemanha venceu a Copa da Itália e 2006 a Itália venceu a Copa da Alemanha. Desta forma, de acordo com a teoria, houve uma espécie de compensação. Onde um país vencendo na "casa" do outro manteria a trajetória de eventos "cada país com determinada tradição, ou força no futebol mundial, vence em sua "casa" quando sedia uma copa do mundo” (a hipótese).

No entanto, seguindo a lógica, há uma seleção que atualmente possui uma representatividade no futebol mundial e não possui título de campeão do mundo (como foi de certa forma no passado o caso da França antes de 1998). Essa seleção seria a Espanha. Historicamente haveria um débito com este país, pela lógica das séries históricas e das decisões políticas no futebol, em relação à Copa de 1982. Na época a Espanha era considerada uma nova força no futebol, carecendo, porém, de uma determinada tradição e reconhecimento de seu potencial histórico no futebol.

A Espanha que não venceu a Copa sediada em sua "casa" em 1982 (e nenhuma outra), se considerarmos que seria necessário um ajuste histórico para se fazer "justiça" a Espanha (atualmente reconhecida e credenciada a levantar o caneco, principalmente pela vitória na final da última Copa Européia de seleções em cima da Alemanha e pelo fato de sua liga de futebol ser uma das mais ricas e badalados do mundo), e a fim de se manter a linha de sucessões sobre vencedores de copa do mundo quando são países de tradição e força política no futebol que ganham-na em suas "casas", teria sua oportunidade na Copa de 2010, em território neutro e por não haver previsão de quando a Espanha venha sediar outra Copa do Mundo" (equiparando-a ao caso da França, por exemplo, que conquistou seu caneco em casa em 1998, se aproveitando das vantagens políticas e geográficas, sem nunca ter conquistado antes. O que não lhe tira o mérito, diga-se de passagem...).

Para nós brasileiros, o ponto positivo da Teoria seria a provisão de o Brasil ganhar a próxima Copa, em 2014, em sua "casa" (no Maracanã e se Deus quiser em cima da Argentina, porque assim seria muito mais gostoso!). O fato de o Brasil ser o país sede em 2014, e haver uma relação histórica (e política) que fortaleça sua conquista nesse ano, enfraquece suas chances (do ponto de vista político) de conquistar a Copa de 2010. Deixando essa oportunidade para os espanhóis (muito carentes de um título mundial de seleções, muito reclamões e hoje sendo um país com uma grande força política no futebol mundial), trazendo-os definitivamente para a elite histórica do futebol mundial.

Portanto, podemos fazer a seguinte síntese:

Ano Sede Vencedor

1966 - Copa da Inglaterra - Inglaterra

1974 - Copa da Alemanha - Alemanha

1978 -Copa da Argentina - Argentina

1982** - Copa da Espanha - Itália

1990* - Copa da Itália - Alemanha

1998 - Copa da França - França

2006* - Copa da Alemanha - Itália

2010** - Copa da Af. do Sul - Espanha

2014 - Copa do Brasil - Brasil

* Correções efetuadas entre Alemanha e Itália (um venceu na "casa" do outro")

** Correção efetuada para Espanha em relação a perda da Copa de 1982, trazendo-a definitivamente para elite mundial do futebol.

Há um fato que pode levantar a curiosidade em meio a esse raciocínio. Na Copa das Confederações de 2009 a final prevista, e a mais natural, pela força, resultados e futebol apresentado, seria Brasil e Espanha. Mas o que vimos foi a vitória dos Estados Unidos nas semi-final (2 x 0) frente a uma Espanha estranhamente apática, eliminando-a. A interpretação fica a cargo de cada um... Mas o favoritismo do Brasil se elevou drasticamente depois da conquista da Copa das Confederações de 2009, e todos sabem que favoritismo demais pesa, pesa contra muitas vezes. Além de uma possível vitória do Brasil na final desse torneio de 2009 ter um possível impacto psicológico e na imagem da Fúria, comprometendo o andamento das coisas. A saída estranha da Espanha pode ter sido uma questão de estratégia e há muitas possibilidades de análise.

Corrobora ainda para essa análise a antiga teoria popular (esta teoria pode ser encontrada na internet) de que haveria um equilíbrio politicamente determinado de que a América do Sul e a Europa (continentes que guardam os países campeões mundiais e mais tradicionais do futebol) teriam que ter o mesmo número de conquista de títulos mundiais de seleções, historicamente. Atualmente cada continente tem 9 títulos mundiais. Correlacionando esta teoria popular com a análise feita acima (conquistas em “casa”) , o Brasil conquistaria a Copa de 2014, elevando o número necessariamente para 10. Para se ter o equilíbrio previsto na teoria, e estando determinado o campeão de 2014, seria bem razoável que o campeão de 2010 fosse uma seleção européia. No caso, para resolver essa equação, a seleção, pelo prognóstico das teorias acima, a campeão seria a Espanha. Portanto, as duas teorias apresentadas se complementam e reforçam a posição da Espanha como possível campeã da Copa de 2010, seguindo a teoria acima descrita.

Para aqueles que argumentam no sentido de apontar a pouca força política da Espanha no futebol (o que é relativo), a força política da Espanha não importa tanto, em relação a conquista da Copa do Mundo, porque a decisão já está embutida no metier do futebol mundial (FIFA) que decide corrigir a linha histórica de conquistas em casa, premiando a Espanha. O próprio modelo teórico indica isso. Portanto, o argumento da pouca capacidade de pressão é irrelevante. E ainda, uma questão de força política na determinação sobre o possível campeão de 2010, à Espanha poderia se aliar a Itália (última campeã mundial e com pouco poder de requerer o título da Copa de 2010, nessa linha de raciocínio). Apoiando a Espanha, a Itália ainda enfraqueceria a posição da Alemanha de conquistar o tetra campeonato em 2010, evitando ser equiparada na Europa. A França teria pouco poder de requerer o título, pois foi campeã recentemente e poderia ter interesse em apoiar a ESPANHA no sentido de impedir a Inglaterra de pleitear o título (fazendo-a bicampeã) e passá-la em número de títulos, sabendo da rivalidade histórica e cultural entre esses países que pode operar as pressões nesse sentido. Isso a levaria a França a apoiar a Espanha (evitando ficar atrás da Inglaterra, por exemplo, que foi campeã em 66, há muito mais tempo que França).

Curioso, né?

Perderíamos, pela teoria, a próxima Copa por uma influência política e histórica, mas não chorem tanto porque pela mesma análise a Copa de 2014 seria nossa, em casa, e com muita festa e carnaval fora de época para comemorar.

Para aqueles que preferem não acreditar nas tendências e nos números (como eu em relação ao futebol), ainda há o consolo de acredita que o futebol, assim como a vida, é uma caixinha de surpresas. Mesmo sabendo que sempre há quem saiba o que são as surpresas da caixinha, pois sempre há alguém que necessariamente deve prepará-la.

Obs: A Holanda possui quase as mesmas condições que a Espanha na teoria acima. É bem provável que ela faça a final com Espanha, liquidando as condições de desvio da estratégia da FIFA.

abraço

by Alexander Herzog""

E não é isso que estamos vendo hoje (véspera da final da Copa): a final da Copa entre Holanda e Espanha?

Com os resultados de hoje poderia ir um pouco mais longe. Seguindo o raciocínio acima a Copa de 2018 seria na Holanda (conjuntamente com Bélgica e Luxenburgo), onde Holanda sairá campeã (sua premiação). A não ser que a Holanda ganhe a final de 2010 (sempre pode haver uma virada de mesa de última hora), e aí a Copa de 2018 será na Espanha (sendo ela campeã, seu prêmio). Mas, por força da análise acima, o mais provável é que a Espanha seja campeã em 2010 mesmo. Vamos ver no final.

Só os fatos podem reforçar a visão teórica, nesse estilo. Sendo que a teoria pode ser um instrumento poderoso para entender determinados circuitos de acontecimentos na vida.

Eu ainda torço pelo futebol bem jogado e decidido em campo, sem provisionamento de resultados e determinação de corpo político.

Tirem suas próprias conclusões

Novamente, abraços a todos

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 11/07/2010
Reeditado em 31/05/2011
Código do texto: T2370664
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