A BESTIALIDADE DO ANJO-HUMANO
A vida tem uma finalidade. Tem que haver, pois não é possível uma criação tão original ser apenas um mero brinquedo. Que quebra e se joga fora. Teorias existem para explicar o sentido da existência humana. Provas concretas são mais difíceis. Talvez a única prova seja a criação da própria vida. Ou melhor, o fluído, o fio vital que sustenta a vida. Porque é notório que o homem não é só matéria. Os sentimentos e as emoções não podem ter origem apenas numa massa composta de sangue, músculos e carne. A matéria humana é movida por algo mais, algo intrínseco, que não se situa nos órgãos. Dizemos que amamos com o coração, pensamos com a mente. Mas, se abrirmos o cérebro ou o coração, lá não estão os pensamentos, nem os sentimentos. Porque emoções e idéias não são palpáveis, não são visíveis; portanto não materiais.
Eu acredito na alma. Eu acredito no fluído vital que sustenta a existência terrena. Esse fluído, sim, pode acabar com a morte. Eu acredito que, ao "desencarnar", a alma fica revestida (ou "vestida") pelo corpo astral ou perispírito. É ele que dá configuração ao espírito, é nele que ficam gravadas as qualidades, os defeitos, os avanços ou a estagnação do ser. É ele que modela o corpo para nossa existência terrena. É ele o depositário de nossas emoções, de nossos sentimentos bons ou ruins.
Eu acredito que somos "anjos-humanos". Anjos "decaídos". Seres que buscam sua angelitude através dos "passeios" da alma no corpo físico. Pelos atos do homem-matéria se conhece o homem-espírito. A brutalidade que o homem demonstra, prova a distância que o anjo-humano está das verdades espirituais. Os crimes hediondos que grassam a sociedade são a prova da bestialidade humana. Mostram os diferentes graus de evolução entre as criaturas. Que, ao "morrer", levam consigo, no perispírito, a maldade ou a bondade que desenvolveram na Terra. Porque assim como as mudanças não ocorrem abruptamente na vida material, também não muda o ser simplesmente porque mudou de plano. Um assassino frio e cruel continuará, na espiritualidade, como um ser bestial, a instigar os incautos. Um espírito evoluído jamais será um assassino. Os exemplos de opostos terrenos se repetem no astral.
Ao ouvir casos de crueldade, como foi a morte da pequena Isabela e agora de Eliza Samudio, chego a pensar que o anjo-humano é um demônio-humano. E esses seres o são. Por enquanto. Mas a justiça divina, na forma da consciência espiritual, um dia os atingirá. E a colheita será resultado da plantação. Porque o homem não chegará à angelitude enquanto não resgatar até o último erro cometido.
Fácil ou difícil, lento ou veloz, dependerá de cada um. Porque o juiz é nossa própria consciência. A cada um segundo suas obras, já disse Jesus há mais de dois mil anos.