A Carta de FHC a Nação 

                                                                                    Ataíde Lemos da Silva 

     Que houve erro estratégico da oposição quando iniciou os escândalos políticos do governo Lula foi notório, até porque foram induzidos a pensarem erroneamente, pois, se temia o impeachment a Lula pelo seu vice. Medo de disputar com Jose Alencar. 

     Subestimaram Lula e seu grupo acreditando que todos os episódios de corrupção seriam suficientes para que a oposição vencesse as eleições. Não acreditaram que no poder, Lula e sua equipe pudessem dar a volta por cima com vários programas eleitoreiros que culminassem com a aprovação da sociedade. Deixaram-se levar pelo pensamento  de que os eleitores estivessem como principio para a escolha de seus representantes a ética. Esqueceram que ética não é critério relevante para o eleitorado de modo geral – com exceções. Tanto que se fosse não teríamos a quantidade de políticos corruptos e sem escrúpulos no poder como temos. 

     A conivência dos políticos se deu por de certa forma a grande maioria deles estarem envolvidos em lamas, impedindo  que a oposição pudesse cobrar explicações e até mesmo pedir o impeachment de Lula como fizeram com Collor de Melo – por muito menos. A diferença é que na época de Collor o PT ainda usava o escudo da ética e Fernando Collor não moveu uma palha para se defender, o que ocorreu contrariamente com FHC e Lula, que usaram de todos os meios para impedir as investigações e consequentemente o impeachment . 

     Hoje mesmo em plena campanha vemos que principalmente FHC já começa a fazer a analise dos erros estratégicos da oposição. Faz porque sabe que tal pronunciamento não o compromete e também sabe que caso Lula ganha esta eleição serão os últimos quatro anos de reinado do partido do PT. Pois, já entrará fragilizado e sem condição de governar. Tudo indica que Lula pode até ganhar a eleição, mas dificilmente governará. 

     Porem, nesta carta a nação podemos fazer algumas analises: 

     Primeiro; Geraldo Alckmin não é o candidato de FHC, isto ficou claro desde sua escolha como candidato e agora se explicita. Isto é algo positivo, pois, podemos deduzir que caso Alckmin venha a ganhar não será a repetição do governo de FHC. 

     Segundo; FHC não tem moral, ética para pronunciar a respeito de ética porque foi destituído pelo povo após vender o país todo. O pior adversário de Alckmin é o ex-presidente, tanto que a bandeira de Lula é a comparação do governo anterior com o seu. 

     Tanto é verdade a colocação que FHC é o maior cabo eleitoral de Lula, que no estado de São Paulo as pesquisas apontam à vitória de Serra no primeiro turno, demonstrando que a administração de Geraldo Alckmin foi aprovada pela grande maioria dos paulistas. 

     Terceiro; FHC em suas aparições na campanha de Alckmin somente atrapalha. Hoje o maior cargo que FHC poderia postular seria apenas uma candidatura a deputado, por não precisar de uma quantidade expressiva de votos. 

     Finalizando, agora começo a entender o porquê do PT não querer que o PMDB, lançasse candidato. Uma que levaria a disputa para o segundo turno. Um candidato peemedebista que mantivesse coerência de posições durante o governo de Lula, certamente, teria muita munição para lançar no período eleitoral e, a meu ver Garotinho era esta pessoa, Por outro lado,  o PSDB por melhor, mais competente que seja o candidato estaria sendo queimado, isto é, seja Aécio, ou Alckmin por melhor que foram como governadores seriam fritados devido ao seu companheiro de partido FHC, por ter sido excluído da vida pública no que diz respeito a cargo Executivo seja governador, presidente ou mesmo prefeito de São Paulo.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 10/09/2006
Reeditado em 10/09/2006
Código do texto: T236970