Solidão Contemporânea

Hoje liguei o computador e não queria trabalhar. Os textos que povoaram minha cabeça durante o dia não queriam ir para o papel.Coisa rara de acontecer! Às vezes quero escrever e não me deixam, vem aquela plaquinha (gosto de chamar de plaquinha, pois não sei o nome) e alguém aparece me cumprimentando. Não que eu não goste dos meus amigos, pois no meu msn só constam pessoas as quais conheço e aprecio, nestes dias tenho que definir meu status como offlline , pois quero ficar quietinha no meu mundo inventando histórias e bisbilhotando histórias de escritores famosos.Inventar histórias dói menos do que viver a própria história.

Conversei outro dia com alguns amigos artistas, falei sobre a profunda tristeza que sinto em certos dias. A vontade imensa que tenho de ficar trancada em meu mundo. A sensação de não pertencer a este planeta. Eles me falaram que sentem a mesma coisa . Então percebi que deve ser a angustia dos artistas.

Mas hoje,como eu queria que a plaquinha aparecesse!Como eu queria conversar com alguém . Vasculho os meus e-mails para ver se me enviaram mensagem. Noto que enviaram uma ou duas, daquelas mensagens encaminhadas, lindas, mas às vezes tão impessoais.Não corro o risco de entrar em bate-papo e perceber a superficialidade de relacionamentos.

Entro no orkut (já tentei sair várias vezes, mas desisti) para ver se alguém deixou algum scrap. Não, ninguém passou por lá. Onde estão vocês meus amigos? É claro que preferia encontrá-los , dar um abraço e matar a saudade, conversando por horas (muitos de vocês não vejo há tempos).Vocês não sabem como me fazem falta! Estou me sentindo tão só e o pior é a percepção de que a solidão também está no computador.

Tessália Lemos
Enviado por Tessália Lemos em 09/07/2010
Reeditado em 10/07/2010
Código do texto: T2368566
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