HISTÓRIAS COMO AQUELAS...

Desde que aprendi a ler, comecei a ganhar um ou outro livro. Mamãe gostava de ler e nos incentivava. Ela me ensinou como ir à biblioteca e lá, na seção infantil, eu passava horas, principalmente olhando as figuras coloridas. Lembro do Almanaque Tico-Tico e dos inesquecíveis personagens Reco-Reco, Bolão e Azeitona. Li Alice no País das Maravilhas, As Aventuras de Tom Sawyer e tantos outros.

Mais tarde comecei a ler os livros de Monteiro Lobato. A escola em que fiz o primário levava o nome deste escritor e as salas eram dedicadas a seus personagens: Emília, Narizinho Arrebitado, Visconde de Sabugosa, Marquês de Rabicó... No dia do aniversário dele, desfilávamos pela cidade.

Tínhamos em casa o Tesouro da Juventude, fonte inesgotável de boas leituras.

Revistas em quadrinhos eram proibidas, mas eu lia escondido. Houve um tempo em que me interessei pelas foto-novelas e uma amiga me emprestou sua coleção, que guardei embaixo da cama. Mamãe achou, é claro, e fez o maior fuzuê! Queria rasgar tudo, foi um custo convencê-la a deixar que eu devolvesse.

Ela passou, então, a me dar livros de uma coleção que se chamava Menina Moça, ou Coleção Rosa, não me lembro bem. Eram traduções de livros franceses e ingleses, em que meninas e meninos passavam férias em castelos e eu babava. Foi por essa época que tive vontade de escrever histórias como aquelas. Bem que tentei, mas elas não passavam de umas poucas linhas... Acabei desistindo.