Sou louco na minha busca pela santidade

Eu nasci da santidade de duas criaturas que se amavam perdidamente e me tornei louco, quase demente, por este amor que eu queria para mim, mas que não me pertencia e por ele eu sofria, pois sabia que ele estava dentro de mim. Sinto este amor até os dias de hoje e aquelas criaturas, que eu tanto amo, já se foram.

Nada tenho de santo, mas busco dentro de mim esta santidade, esta luz que tanto me acalma e que ao mesmo tempo me sacode e me faz vibrar. Olho a luz da lua cheia e deixo as lágrimas percorrerem o meu rosto. Lembro o uivo do cachorro louco, na santidade do amor que há na vida e que a tudo na vida permeia, sente e é.

Sou eterno, mas habito no finito. Sou puro e ao mesmo tempo sou confuso, sendo um e muitos ao mesmo tempo, eu vivo numa paixão desenfreada pela vida, que se manifesta nesta loucura que há dentro de mim, mas que não me domina, pois eu busco a paz e vivo me alimentando do amor, que a mim me traz alegria.

Torno-me suave e amoroso, desta forma. Deixo que o sorriso da criança que grita no meu âmago floresça e jamais se esqueça que somos apenas um em muitos que somos e nestes muitos, um apenas aparece, acontece e é. Assim, sou louco por que sou livre e sou livre por que busco em mim a loucura eterna de ser um.