MUTILAÇÃO FEMININA
Algum tempo estava na recepção do dentista,peguei uma revista com uma modelo de capa,onde se lia algo sobre sua luta pela extinção da mutilação feminina da África.
Ela tinha passado por esse processo e dava depoimento que me chocou pela desumanidade do ato e pela maneira que é feita.
No caso dela tinha sido levada ao mato por um tia,e com pedras cortantes tinha sido arrancado o clitóris para que ela não sentisse mais prazer e assim não se pusesse a perder na vida(essas eram as palavras do texto).Pior ainda ficar dias naquela situação,sem higiene e cuidados.
Ela conseguiu sair do país,conheceu pessoas que se encantaram com sua beleza,fez reparação plástica,pois os ferimentos tinha deixado sequelas físicas e psicológicas
Conheceu um homem,se apaixonou e vivia bem dentro do que a situação permitia,prazer mesmo só nos carinhos que recebia,pois prazer sexual,total era impossível.
Não vou comparar esse tipo de sofrimento com qualquer outro(mesmo porque é impossível até imaginar)mas fico pensando.Quantas mulheres foram mutiladas pela criação,preconceito e ignorância dos pais e da religião...Que ao se tornarem adultas vê no sexo algo vergonhoso,errado,pecado e se mutilam em culpas e preconceitos.
Infelizmente no mundo só é considerado violência e abuso se for físico.Mas tem mutilação,abuso e violência psicológica que só quem sente sabe como é.
A UNICEF revelou que três milhões de meninas e adolescentes na África e no Médio Oriente são sujeitas a mutilação genital todos os anos. A mutilação genital ou excisão é uma prática tradicional na África sub-sariana e no Médio Oriente que inclui a ablação do clítoris, o que leva em muitos casos à morte. Como é óbvio, a mutilação genital feminina traz graves problemas à saúde. Os possíveis efeitos imediatos são muita dor, hemorragias prolongadas e ferimentos na região do clítoris e dos lábios. Depois há o risco de contrair tétano, gangrenas, infecções urinárias crónicas, abcessos, pedras na bexiga e na uretra, obstrução do fluxo menstrual e cicatrizes proeminentes.Dependendo da região, a mutilação varia de intensidade. No tipo de mutilação mais brando, a ponta do clítoris é cortada. Em alguns rituais, ele é integralmente extirpado (clitoridectomia). Na versão mais radical, é feita uma infibulação: são retirados o clítoris e os lábios vaginais e, em seguida, o que sobrou de um lado da vulva é costurado ao outro lado, deixando-se apenas um minúsculo orifício pelo qual a mulher urina e menstrua. Associada à castidade e à crença de que diminui o desejo sexual e reduz o risco de infidelidade, a mutilação é realizada sem nenhum tipo de anestesia, com instrumentos não-esterilizados como facas, navalhas, tesouras, gilletes, tampas de latas ou mesmo cacos de vidro. Na infibulação usam-se espinhos para juntar os lábios vaginais maiores e as pernas podem permanecer amarradas por até 40 dias. A mutilação genital é a tortura mais atroz que se pode infligir a um ser humano, meninas inocentes que são cortadas com uma gillete e sem nenhuma anestesia.Corta-se o clítoris profundamente, depois eliminam-se os pequenos lábios e corta-se a parte interior dos grandes lábios. Depois fazem-se buracos com espinhos de acácia, uma planta muito conhecida na África, e costura-se ficando apenas uma abertura do tamanho de um grão de arroz para sair a urina e a menstruação que dura 15 dias, sendo as cólicas insuportáveis. No dia do casamento, o noivo é um desconhecido e geralmente sempre mais velho. Para poder penetrar a noiva, corta-a novamente com uma faca ou gilette, ou penetra-a á força e rasga–a; é ele quem decide, ele é seu dono e senhor. A mulher passa a ser um objecto e ele faz o que quiser com ela. Os gritos de dor e angústia são tantos que a cidade inteira sabe o que se passa. Ali, naquela altura e naquele momento, está sendo desflorada uma adolescente. Normalmente, enquanto a menina desmaia de dor o povo faz a festa, ela vai passar 15 dias sangrando e 3 meses com dores. É isto a mutilação genital! A operação dura uma hora e vinte minutos e enquanto isso a menina desmaia e volta a si várias vezes, em muitos casos elas morrem de hemorragia ou de tétano, em outros casos elas nunca mais conseguem falar sobre o assunto, dizem que não há explicação nem comparação para a dor que se sente. E a tortura continua. A menstruação é incrivelmente dolorosa. No parto, podem acontecer complicações sérias para o bebe e para a mãe.Nessas ocasiões, elas precisam fazer a reabertura da vagina e qualquer demora acarreta uma pressão às vezes fatal no crânio e na coluna da criança. Quando a mãe não faz a abertura da vagina, a saída do bebe do útero pode provocar cortes que vão da vagina ao ânus. Para além disso, a parteira tem de as cozer novamente, de forma a deixar a vagina pequena de novo como um grão de arroz, para aumentar o prazer masculino. Todo este suplício, angustia e dor servem apenas para aumentar o prazer masculino, pois as mulheres não sentem nem desejo nem prazer nenhum, elas são autênticas escravas e são obrigadas a faze-lo, faz parte de uma cultura bárbara.
Dados atualizados e publicados em 09 de novembro de 2009