Pensamentos Soltos

Tenho lido sobre planos, dimensões, unicidades, forças cósmicas e galáticas, evoluções e transcedências. Tenho pensado e escrito sobre mergulhos, sonhos, vazios, nadas, estrelas e Forças. Mas meu Instinto me diz mais. Ou, na verdade, me diz “nada disso!”. Meu instinto me encaminha para a Natureza, a Harmonia, o Pensar e a Razão. Mas não a razão da lógica, e sim a razão da continuidade, das coisas terem uma razão de ser.

Não me importa que este mundo em que hoje vivo seja um plano de um universo multi-dimensional e que mudar de planos seja por merecimento ou iluminação, ou que represente uma evolução.

Se existimos, há uma Razão de ser, uma Razão Natural, Divina ou Cósmica.

A idéia de que, se Deus existe, a mudança de planos, a evolução multi-dimensional, é um caminho para se estar mais perto dele não faz qualquer sentido, não tem nada de interior, é apenas uma pressão exterior que visa controlar o todo.

Me lembro mais jovem, bem mais jovem, passeando pelo Parque da Aclimação, bem cedo, antes das aulas começarem. Era uma ou duas voltas ao redor do lago, independente do clima (salvo em dia de chuva, porque detesto guarda-chuva), onde cada passo era permeado de sentir, meditar, me preencher de objetivos que ninguém pudesse cobrar. Quão mais perto do Todo eu poderia estar do que naquele momento, envolto nas brumas da manhã, ao redor de um lago, brincando de desviar os pés de folhas caídas e formigas madrugadoras?

E como era gostoso ver os outros perguntarem porque eu fazia isso todo dia de manhã e não precisar responder porque ninguém na verdade queria saber (ou quase ninguém; quem realmente queria já sabia o porquê). Não é saudosismo, é resgate.

Será esta é a Simplicidade que busco? É nesse passeio pelas brumas que vejo meu caminho multi-universal; virar à direita e estar em um outro lugar qualquer; virar à esquerda e voltar a qualquer lugar.

George Wootton
Enviado por George Wootton em 08/07/2010
Código do texto: T2365115
Classificação de conteúdo: seguro