ACABOOOUUU!!! GRAÇAS A DEUS!
Penso que as pessoas são e agem conforme aquilo que acreditam. Eu, por exemplo, creio que somos filhos de uma força superior a que chamamos de Deus, mas isso não me coloca antolhos e nem me impede de pensar logicamente. Dessa forma, não refuto, por exemplo, que tenham existido dinossauros em nosso planeta, pois se assim cresse, estaria declarando que os museus que contêm os seus esqueletos são administrados por picaretas que se divertem enganando as pessoas.
Começo com esses bichos a crônica de hoje exatamente porque preciso de uma data bem longínqua para situar o homem atual, e o farei fazendo um tour pela história do nosso planeta e da humanidade.
Pesquisas dizem que eles surgiram na Terra, sucedendo os arcossauros, há 230 milhões de anos, na Era Mesozóica, quando ainda tínhamos a pangeia (os continentes eram agregados). Eles foram os “donos do pedaço” durante cerca de 160 milhões de anos, até que suas espécies foram extintas, quando um meteoro com tamanho entre 6 e 14 km, colidiu com nosso planeta, abrindo uma cratera de 200km de diâmetro.
Daí, tudo se danou: os seres vivos que não se escafederam logo, foram extintos aos poucos, já que uma espessa poeira cobriu a Terra, impedindo que a luz solar a penetrasse e fizesse a fotossíntese em vegetações, essenciais para a sobrevivência dos animais herbívoros, por exemplo.
Os cientistas dizem que nós estamos na Era Quaternária, ou seja, teríamos aparecido no planeta há cerca de 03 milhões de anos (sabem disso por meio do isótopo do urânio 238), depois de 03 outras: a Primitiva (mais de um bilhão de anos), a Primária (300 milhões de anos), a Secundária (150 milhões de anos) e a Terciária (50 milhões de anos).
Acho tempo suficiente para nos transformar em bichos com uma aparenciazinha melhor e com cabeças mais ou menos pensantes. Naturalmente, minha comparação neste ponto é feita com nossos primeiros ancestrais: os Australoptecus (o primeiro fóssil foi descoberto na África do Sul, em 1924), os Homo Habilis e os Pithecanthropus Erectus.
Depois disso, se você não estava conversando nas aulas de História, há de concordar comigo que ela foi precedida pela Pré-História (subdividida em Período Paleolítico/Pedra Lascada- de 500.000 anos -8.000 a.C; Período Neolítico/Pedra Polida- de 8.000 a 5.000 a.C) e pela Idade dos Metais, que deve ter acontecido entre 5.000 a 4.000 a.C.
Agora convido você a dar um passeio pelas civilizações antigas como as da Mesopotâmia, do Egito, da Grécia antiga, de Roma antiga... Se esses povos tiveram cérebros evoluídos para inventar coisas fantásticas para suas épocas, por outro lado deviam tê-los do tamanho de ervilhas na hora de se divertirem, pois gostavam de alimentar leões atirando-lhes os cristãos, ou de competir em jogos cujas bolas, às vezes, eram crânios humanos.
Por falar em bolas, ao logo do tempo, elas ou suas similares parecem ter sido sempre as preferidas pelos homens. Descobri que durante a dinastia Huang-ti os chineses inventaram o tsu- chu e se divertiam chutando os crânios dos inimigos; os japoneses jogavam o kemari; os espartanos jogavam o epyskiros; os maias tinham direito a sacrificar o atirador mestre do time perdedor; os romanos jogavam o harpastum; os franceses o soule, os italianos o cálcio... Até que os ingleses, no século XVI, inventaram aquilo que hoje é chamado de futebol. Tratava-se de um jogo similar ao calcio, mas que segundo o escritor Phillip Stubbes “ estimulava a cólera, a inimizade, o ódio, a malícia e o rancor”, pois eram permitidos rasgar as roupas, quebrar as pernas e arrancar os dentes dos adversários. Huummm... em minha opinião mudou pouco.
Tantos anos depois dos dinossauros, dos homens pré-históricos, daqueles da antiguidade e da idade média, os homens ainda acham bonito se divertir competindo entre si para saber quem são os maiorais em alguma coisa, gostam de rir da cara daqueles que consideram fracos, culpam aqueles que não lhe possibilitam desfrutar dos títulos de gostosões... Você acha que Deus quer que seus filhos sejam assim? Você acha que Ele se sente satisfeito por perceber que os homens são capazes de mobilizar fortunas para se divertirem, mas não o são para resolver os problemas básicos de seus irmãos?
Consciente de tudo isso, eu que me nego a me aproximar dos Australoptecus. Em época de campeonatos, há muito tempo, eu simplesmente evito sintonizar canais que falem sobre jogos. Quer saber se eu sei que o Brasil perdeu para a Holanda? Sei, porque ouvi os vizinhos se lamentando. Sabe o que eu fiz? Suspirei aliviada e gritei: “ACABOOOUUUU!! GRAÇAS A DEUS!!”