Melhores amigos ou amigas?

Ele retorna de férias! Então voltam-se as boas maneiras de chamar para almoçar, ou a breve espera na saída do prédio. O que causara até um certo estranhamento (ficar para trás e não ser lembrada causa um quê de desconforto) entre as mocinhas, parece agora se resolver com a chegada do mocinho.

Costumeiramente invejo a amizade entre “eles”. Existem os encontros (geralmente exclusivos): o joguinho de futebol, a feliz hora da sexta-feira, a sinuca, a sauna, entre outros. A espécie masculina simplesmente curte, de boa.

Já “elas” – que raridade! Primeiro, quase não se ouve falar de encontros “delas”, a não ser para ir às compras ou dar olhadinhas. Parece faltar naturalidade, sinceridade, sei lá, a espécie feminina se adorna demais, principalmente com máscaras.

Relembrando meus tempos idos de colégio, trabalho, as amizades com “eles” sempre foram mais leves, espontâneas, singelas. Não é que não existam ou existiram grandes amizades com “elas”, contudo a impressão que se tem é que são ligadas por fios tão frágeis, que a qualquer vento, balançam. As abordagens para os assuntos delicados são cerimoniosas (devo ou não devo, o que ela pensará...), nos vestimos com a transparência da superficialidade porque tememos os sussurros às sombras. E assim, comumente, perde-se a oportunidade de ser o que se é – nas delícias e nas dores.

Simples assim, nem mais nem menos.

Goiânia, 07 de julho de 2010.

Lígia Martins
Enviado por Lígia Martins em 07/07/2010
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