Refém do Tempo

Ao nascermos assumimos a responsabilidade de sermos seres humanos, não havendo consulta. Ao nascermos somos tratados como sendo o bem mais valioso, aos olhos dos pais somos a experiência científica mais bem sucedida, aos avós experimentamos ser divindade.

A cada sono nos envelhecemos, o bebê hoje adolescente questiona a mesma pergunta, “Porque eu nasci?”, nesse estágio da vida, somos interpelados pelas mais variadas formas, cultamente, profissionalmente e fisicamente, essa nos revela a forma, aspecto definitivos de alteração corporal.

O tempo novamente passa e estamos se formando no curso que nascemos para exercer, não necessariamente nessa ordem, estamos ficando experientes com a vida, notamos que estamos em um casamento, e é o nosso, estamos adultos, para alguns esse contrato de amor, é meramente caprichoso e com data de prescrição a vencer.

Em um lapso espontâneo de tempo nos deparamos com as rugas, os fios grisalhos, notamos uma criatura divina nos chamando de Vovô, é o tempo passou e já somos avós, somos aposentados, nos tornamos do lar. Didaticamente temos tempo para fazer velhas promessas, afinal, tempo não é mais tão importante, não temos mais compromissos profissionais. Infelizmente inverdade, nesse período nos tornamos doentes, necessitados de tratamento terapêutico, de visitas constantes ao médico. Somos obrigados a recorrer ao eterno companheiro para consultar a hora exata de tomarmos os infinitos comprimidos diários, é valido mencionar que nasci sem eles.

Prefiro me referir aos senhores de cabeça de mais idade como experientes, pelo simples fato de não gostar das palavras, idoso e velho, essa cogita a ideia de sem valor, desgastado com o tempo, e aquela parece que estamos nos referimos a algo que não é desse planeta, portanto são experientes, todos somos reféns do tempo.