Saber Perder para Aprender a Ganhar
Apesar de dizerem que todo brasileiro entende de futebol, não entraria no mérito da questão técnica da nossa seleção. Não seria tão exigente ao ponto de esperar sempre pela vitória. Trata-se de um jogo em que, nesse caso, não poderia haver empate. Teria de ter um ganhador e um perdedor. Achar que só o Brasil deveria ganhar, seria subestimar o adversário, que já vinha com melhor histórico de vitórias. Ainda tivemos a euforia do primeiro tempo, quando o Brasil saía como vencedor. A reviravolta transformou a alegria em tristeza para nós, enquanto para eles aconteceu o contrário. Faz parte do jogo. Não é só um lado que merece alegria. “Um dia é da caça e outro é do caçador.” Não perdemos feio, com um placar de 2 x 1. Enquanto isso, a Argentina, com a sua derrota mais feia, com o placo de 4 x 0, entendeu o sentido da competição, recebendo calorosamente a sua seleção, ao contrário do Brasil que não soube aceitar a sua derrota. Jogadores vaiados e comissão técnica já demitida antecipadamente. O mérito das vitórias anteriores logo foi esquecido, como se houvesse a obrigatoriedade de 100% de virtudes e zero de defeitos. Isto não é possível onde entra participação do ser humano. A derrota não foi por inabilidade técnica, mas por um desequilíbrio emocional. O peso da obrigação de ganhar fez com que o simples empate já acenasse para uma derrota. Faltou a sabedoria de Salomão. “O segredo para vencer qualquer competição”. Entre outros, “o controle da emoção”. Vimos gestos e ações que não se aplicavam a jogadores selecionados para uma competição daquela magnitude: Copa do Mundo. Compreensível o adiamento do hexa. Ainda estamos na frente. Somos penta.